O arcebispo de Aparecida, A frase fez parte da homilia da missa solene na basílica do Santuário Nacional de Aparecida, lotada e com gente aglomerada do lado de fora.
Na fala, disse que é preciso escutar Maria e a população. “Maria venceu o dragão, e temos muitos outros que ela vencerá.” Após citar que o da pandemia já havia sido vencido, mencionou os do ódio e da mentira.
“Temos o dragão do ódio, que faz tanto mal, e o da mentira. E a mentira não é de Deus, é do maligno”, afirmou o religioso, que listou em seguida os dragões do desemprego, da fome e da incredulidade.
Ele também defendeu a importância do voto, em uma referência ao segundo turno, no próximo dia 30, à Presidência e aos governos estaduais. “É necessário exercer esse direito”, afirmou. “Está faltando pão, faltando fraternidade. Esse é o vinho que precisamos nos dias de hoje”, disse, em outro trecho do sermão.
No ano passado, durante seu discurso, o arcebispo pregou “vamos abraçar os nossos pobres e também nossas autoridades para que juntos construamos um Brasil pátria amada. E para ser pátria amada não pode ser pátria armada”, em uma referência ao presidente Jair Bolsonaro (PL), defensor do armamento, que mais tarde visitou o santuário.
No dia seguinte, o presidente rebateu o bispo dizendo que respeitava o religioso, mas que antes no Brasil “só bandido tinha arma de fogo”. Candidato à reeleição, o presidente é esperado no santuário nesta quarta novamente.
Bolsonaro é novamente esperado em Aparecida nesta quarta-feira. A expectativa é que ele chegue por volta de 14h.
Durante a missa solene, entre as autoridades foi citada a presença do senador eleito Marcos Pontes (PL), ex-ministro de Ciência e Tecnologia de Bolsonaro. O atual chanceler, Carlos França, também estava presente.
A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) emitiu nota nesta terça-feira (11) na qual diz “lamentar e reprovar” a “exploração da fé e da religião” no segundo turno das eleições. Principal entidade da Igreja Católica no país, a CNBB não mencionou candidatos nem partidos no texto.
“Lamentamos, neste momento de campanha eleitoral, a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno. Momentos especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às eleições”, afirma a entidade.
Além de Bolsonaro, o candidato apoiado por ele para o Governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deverá ir ao santuário na tarde desta quarta. Ambos disputam o segundo turno contra candidatos do PT –o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-prefeito Fernando Haddad.
Na missa desta quarta, antes, dom Orlando já havia feito referências a agradecimentos pelos que superaram a Covid-19, que são muitos em Aparecida neste Dia da Padroeira do Brasil.
Jéssica Santos, 38, moradora na zona norte da cidade de São Paulo, a esquecer as regras que durante dois anos impediam as pessoas de ficarem próximas das outras, ainda mais sem máscara, como estavam quase todos na basílica nesta quarta
“Meu marido ficou duas semanas internado. Rezei muito para ele sarar”, afirmou.
Este foi o primeiro ano sem restrições por causa da Covid-19 desde 2019, quando 160 mil pessoas foram ao santuário –em 2021 o público estimado foi de 70 mil pessoas.
A direção do santuário evita estimar o número de fiéis por causa da falta de parâmetro por causa da pandemia. Mas na missa presidida por dom Orlando, por exemplo, havia muito empurra-empurra do lado de fora da basílica para se tentar uma hóstia.
A Polícia Militar Rodoviária estima que 50 mil romeiros devem ir ao Santuário neste ano. E, principalmente nos 50 km finais entre São Paulo e Aparecida, havia muitos grupos no acostamento da rodovia Presidente Dutra, na manhã desta quarta. Quem foi de carro também enfrentou congestionamento na estrada.