Em nota divulgada na noite desta quarta-feira, 14, a ex-presidente Dilma Rousseff considerou “lamentável” a denúncia da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba contra o ex-presidente Lula e sua mulher Marisa Letícia, comparou o caso dele ao processo de impeachment sofrido por ela e disse que a ação judicial tem o objetivo de impedir a candidatura de Lula em 2018.
“Mais uma vez, a democracia é ferida. Mais uma vez, grave injustiça é cometida sem fundamentos reais. Agora, o alvo é o ex-presidente Lula”, afirmou Dilma, dizendo ainda que “é evidente que esta denúncia atende ao objetivo daqueles que pretendem impedir sua candidatura em 2018”.
“Certamente, ele saberá se defender e as pessoas de bem saberão reagir”, concluiu a petista. Desde que foi alvo de um processo de impeachment, Dilma tem reiterado que foi alvo de um golpe.
Nesta tarde, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba apresentou em uma coletiva de cerca de duas horas a denúncia contra o petista, a primeira deste o começo da operação, em 2014. Na acusação, os procuradores da Lava Jato atribuem ao ex-presidente o papel de “comandante máximo” no esquema de corrupção na Petrobras identificado pela operação e acusam ele de ter recebido R$ 3,7 milhões do “caixa geral” da propina do PT no esquema.
Os valores teriam chegado ao petista, segundo a acusação, por meio de obras de reformas e instalação de mobiliário e da cozinha do tríplex do Condomínio Solaris, no Guarujá – imóvel que a força-tarefa da Lava Jato afirma pertencer a Lula, e também por meio do pagamento, pela OAS, do aluguel do armazém onde ficaram depositados os presentes recebidos pelo petista durante seu período na presidência após ele deixar o cargo.
Até o momento o petista se manifestou apenas pelas redes sociais. Nesta tarde seu advogado Cristiano Zanin Martins também realizou uma coletiva de imprensa na qual rechaçou as acusações da força-tarefa e distribuiu uma nota em nome de Lula e de sua mulher Marisa Letícia.