A coordenação da campanha de Dilma Rousseff divulga na próxima semana, depois do feriado do dia 12, o documento final relativo ao programa de governo da presidenciável do PT. A informação é uma resposta do presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, ao PMDB, que intensificou a cobrança do documento, durante encontro nacional do partido ontem, em Brasília.
Entre os peemedebistas, há o sentimento de que, se esse documento tivesse sido concluído e divulgado, evitaria a onda de boatos que se alastrou pela internet e retirou votos de Dilma, como as afirmações de que ela seria favorável ao aborto. Segundo Dutra, o programa não fará menção ao aborto, porque esse tema não tem relação com o cargo de presidente da República.
O petista adiantou, entretanto, que o documento vai contemplar a defesa da democracia e das liberdades constitucionais de expressão e de imprensa, além de reafirmar o Estado laico. O dirigente petista minimizou as críticas quanto ao atraso na conclusão do documento, afirmando que o adversário de Dilma, José Serra (PSDB), também não apresentou seu programa de governo.
Inicialmente, a ideia era de que esse documento detalhasse, em 13 itens, o programa de governo da candidata. O PMDB destacou o ex-governador do Rio de Janeiro Moreira Franco para compor o grupo de trabalho que o redigiria. Franco emplacou o primeiro item do documento: “mais democracia”, uma resposta às críticas quanto ao suposto autoritarismo do governo Lula. No entanto, a coordenação da campanha de Dilma interrompeu esse trabalho.
Um documento provisório foi protocolado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no ato do registro da candidatura de Dilma, mas foi logo retirado pelo comando da campanha diante da repercussão negativa. O documento reproduzia a resolução aprovada na convenção nacional do partido, realizada em fevereiro.
Essa resolução continha temas polêmicos, defendidos por setores mais radicais do PT – e não encampados pela ala majoritária do partido – como o controle social dos meios de comunicação, redução da jornada de trabalho e tributação das grandes fortunas.