Durval desiste de depoimento em conselho da Câmara

Por meio de carta enviada por seus advogados, o delator do mensalão do DEM, Durval Barbosa, comunicou ao Conselho de Ética da Câmara que desistiu de depor no processo relativo a Jaqueline Roriz (PMN-DF). O depoimento dele estava marcado para a próxima quarta-feira. A deputada foi flagrada em vídeo de 2006, divulgado em primeira mão pelo portal do Estadão.com.br no mês passado, recebendo um pacote de dinheiro das mãos do delator do esquema.

Durval atribui a desistência a um possível complô para constrangê-lo e atrapalhar as investigações da Polícia Federal. Segundo a carta, parlamentares citados por ele de forma direta ou indireta “estariam se mobilizando para, de alguma forma, constranger o colaborador visando, de forma oblíqua, atingir o seio das diligências ainda em curso”. A carta não esclarece quem seriam esses parlamentares.

O delator do mensalão do DEM destaca ainda que foi aberta uma ação no Supremo Tribunal Federal contra a deputada com base em sua delação e que o Conselho teve acesso aos autos. A carta ressalta também a força das imagens da deputada recebendo dinheiro. “O vídeo apresentado pelo colaborador, que gerou a instauração de procedimento nesse Conselho de Ética, é autoexplicativo”.

A carta conclui que um depoimento seria “desnecessário” e que, por isso, ele declina do convite para depor “terminalmente”. O depoimento vinha sendo negociado nas últimas duas semanas. Durval tinha concordado em falar desde que a audiência fosse feita a portas fechadas e na Polícia Federal. O Conselho, porém, negociou com os advogados e anunciou que a oitiva seria feita na Câmara e teria um esquema de segurança para proteger Durval.

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