Indicado como um dos ministeriáveis do PT de Minas Gerais para o governo Dilma Rousseff, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, encaminhou carta ao diretório estadual do partido na qual declinou da disputa por qualquer cargo no futuro governo. O documento foi lido pela secretária de Finanças do PT mineiro, Gleide Andrade, durante reunião da Executiva Estadual, na noite de ontem.

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No texto encaminhado para o telefone da secretária, o ministro agradeceu a lembrança, mas disse que considera que já cumpriu sua missão durante os oito anos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dulci é o último remanescente do chamado “núcleo duro” do atual governo e sempre foi apontado como o principal ghost writer dos discursos do presidente. Correligionários acreditam que o ministro poderá continuar ao lado de Lula a partir 2011.

No atual governo, o mineiro tem como missão principal a interlocução com os movimentos sociais. Na administração Dilma, contudo, a expectativa é que a Secretaria-Geral da Presidência passe a cuidar da relação do governo com Estados e municípios. Para comandar essa pasta fala-se no ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci.

Dulci chegou a ser incluído numa lista elaborada pelo PT-MG com nomes do diretório estadual para ocupar o primeiro escalão na gestão Dilma. “Ele mandou uma carta falando que não concorda, que não discute espaço (no futuro governo). Ele declinou, está fora”, disse o deputado federal Miguel Correia – integrante de uma comissão do PT mineiro, que hoje se reuniu em Brasília com o presidente nacional do partido, José Eduardo Dutra, para discutir a transição.

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Com a negativa de Dulci, foram apresentados os nomes do ex-ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, do ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, e do deputado federal Virgílio Guimarães, todos derrotados na eleição majoritária em Minas. “Foi uma conversa fraterna”, afirmou Correia. “Apresentamos os nomes que consideramos aptos a ocuparem espaços no governo”. Nos bastidores, os petistas mineiros admitem, porém, que enfrentam dificuldades para emplacar representantes na Esplanada dos Ministérios.