Ducci deixa secretaria para continuar vice em Curitiba

O vice-prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), decidiu se adiantar ao calendário eleitoral e anunciou ontem que, na próxima sexta-feira, 4, deixa a Secretaria Municipal da Saúde, que estava acumulando desde fevereiro de 2006.

A legislação exige o afastamento de Ducci apenas quatro meses antes da eleição, mas as articulações dos aliados do prefeito Beto Richa (PSDB) para removê-lo da posição de candidato à reeleição anteciparam a sua saída.

O sinal vermelho acendeu para o vice-prefeito na semana passada, quando o DEM anunciou a pré-candidatura do deputado estadual Osmar Bertoldi à prefeitura. Uma decisão que os próprios democratas admitem que pode ser mudada se Bertoldi for indicado candidato a vice-prefeito, no lugar de Ducci. E ao que consta, o DEM não é a única sigla aliada que está de olho no lugar do vice-prefeito na montagem da próxima chapa.

Foto: Anderson Tozato

Beto Richa: dor de cabeça.

O presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, disse que numa ?grande aliança? sempre surgem dificuldades, mas que serão superadas na hora oportuna. ?Vamos esperar o Beto anunciar a candidatura antes. Ele nem disse ainda que vai disputar a reeleição?, afirmou Rossoni. Mas emendou que o partido não pode oferecer a vaga para o DEM, sem discutir com os demais. ?O DEM tem nomes excelentes para a vice, mas é tudo uma questão de discutir com o conjunto dos partidos que vão apoiar o prefeito.?

Na nota em que anunciou sua saída da Secretaria da Saúde, Ducci disse que foi uma ?decisão pessoal? e que estará à disposição do prefeito Beto Richa para o caso de repetir a chapa de 2004. Na secretaria, assume a superintendente executiva do órgão, Edimara Fait Seegmüller.

Foto: Daniel Derevecki

Bertoldi: um nome para vice.

Antes do DEM, Ducci já tinha sofrido a pressão do PDT, que desde a eleição de 2006, vetou sua permanência na vaga, alegando que o vice-prefeito não é da confiança do grupo. Ducci não apoiou a candidatura do senador Osmar Dias, presidente estadual do PDT, ao governo. Os pedetistas desistiram de pressionar pela saída de Ducci, mas uma ala ainda mantém a crítica ao vice-prefeito e cogita lançar um candidato próprio à prefeitura.

O vice-presidente estadual do DEM, deputado Durval Amaral, disse que o prefeito é um aliado, mas que nenhuma sigla sobrevive se não disputar a eleição majoritária. ?Com candidatura própria ou participando da chapa majoritária. A nossa análise é de fortalecimento do DEM. Temos que mostrar a cara?, afirmou.

Em 2004, o então PFL não se aliou ao prefeito. Bertoldi concorreu à prefeitura com o apoio do ex-prefeito Cássio Taniguchi. No segundo turno, os dois partidos se juntaram. Agora, novamente, em algumas cidades, as duas siglas se distanciam. É o caso de São Paulo e Rio de Janeiro, citou Amaral. ?A questão nacional tem muito peso?, disse Amaral, acrescentando que a orientação nacional é marcar posição. ?Como toda e qualquer aliança, tem que ser uma via de duas mãos?, disse. 

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