Termina hoje o prazo de recadastramento dos servidores que ocupam cargos em comissão na Assembleia Legislativa (AL). A partir da próxima semana, começa a reestruturação do quadro de pessoal da Casa, prometida pelo presidente, deputado Nelson Justus (DEM).
Ele pediu ao presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ex-presidente da Assembleia, Hermas Brandão, que ceda técnicos do órgão para ajudar no reenquadramento dos servidores.
Apesar de apostar na medida para aplacar a avalanche de denúncias dirigidas à sua administração, Justus continua sob fogo cruzado. Ontem, o deputado federal Dr. Rosinha (PT) defendeu o afastamento imediato do presidente e do 1.º Secretário, Alexandre Curi (PMDB).
Rosinha acha que o Ministério Público Estadual e o Judiciário deveriam propor a medida para impedir a desmoralização de todos os deputados. “Como ambos não estão propensos a sair espontaneamente, e nem os deputados estaduais parecem querer fazê-lo, o Ministério Público e as autoridades do Judiciário deveriam promover esse afastamento imediato”, sugeriu.
Para Rosinha, a permanência dos dirigentes interfere nas investigações que estão sendo feitas pela Polícia Federal e Ministério Público Estadual. Rosinha disse que as irregularidades denunciadas remontam a várias gestões e que vêm se perpetuando ao longo do tempo, desde que o ex-deputado Aníbal Curi, morto em 1999, era presidente.
“A gestão de Justus, assim como a de seu antecessor, Hermas Brandão, é a continuidade, a repetição histórica de tudo o que sempre houve de ruim na Assembleia, em termos de falta de transparência”, atacou.
Para o deputado, já há informações suficientes para amparar a saída dos deputados do comando da Mesa. “A diferença é que, agora, há provas da corrupção”, afirmou o petista, destacando as informações reveladas na série de reportagens da RPC TV e jornal Gazeta do Povo sobre contratação de funcionários fantasmas, publicação secreta de Diários Oficiais e desvios de recursos.
Posição
A crise na Assembleia Legislativa também fará parte das discussões do encontro estadual do PPS, que será realizado amanhã, em Curitiba. O PPS está na 3ª. vice-presidência da Mesa Executiva, representado pelo deputado estadual Felipe Lucas, que continua no cargo, apesar de o presidente estadual do partido, Rubens Bueno, já ter se manifestado, em nome do partido, pela saída de todos os integrantes da Mesa Executiva.
“Desde o início da crise, defendemos o afastamento do funcionário mais simples até o presidente. Do ponto de vista das denúncias, o recadastramento não é nada”, presidente do partido no Paraná, Rubens Bueno.