Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Cartões Corporativos, o consultor legislativo do Senado André Eduardo Fernandes, assessor do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), relatou contatos mantidos via internet com José Aparecido Nunes, ex-diretor de Controle Interno da Presidência da República. André Fernandes confirmou que o ex-diretor enviou a ele e-mail com informações sigilosas sobre gastos do governo Fernando Henrique Cardoso, numa "tentativa de intimidação".
Em resposta ao relator da CPI Mista, Luiz Sérgio (PT-RJ), André Fernandes relatou desentendimentos vividos no passado com José Aparecido, dizendo terem sido colegas de trabalho, mas não seu "amigo íntimo".
Bastante concorrida, a reunião convocada para ouvir os dois envolvidos com o vazamento do dossiê sobre Fernando Henrique Cardoso foi aberta logo após os senadores e deputados do colegiado terem procedido à leitura dos depoimentos que André Fernandes e José Aparecido prestaram à Polícia Federal na semana passada. Várias vezes, a presidente da CPI Mista, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), precisou pedir silêncio aos presentes a fim de que o consultor pudesse continuar seu depoimento.
Entre outras informações fornecidas por André Fernandes, está a confirmação de que recebeu o e-mail de José Aparecido em 20 de fevereiro. Informou que estava no início de suas férias e que o ex-diretor do Controle Interno da Presidência da República fazia parte de um grupo de correspondentes de e-mail, mas não era comum trocarem mensagens. Reafirmou, no entanto, que se sentiu intimidado com o material que recebeu.
Assessor garante que foi Erenice Guerra quem mandou elaborar o dossiê
O consultor legislativo do Senado André Eduardo da Silva Fernandes voltou a garantir, em depoimento que presta à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Cartões Corporativos, que foi Erenice Guerra, secretária-executiva da Casa Civil, quem autorizou a confecção de um dossiê a respeito dos gastos pessoais do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Foi o próprio José Aparecido, ex-secretário de Controle Interno da Presidência da República, que me confessou o fato, na presença de duas testemunhas – garantiu André Fernandes.
O deputado Silvo Costa (PMN-PE) classificou o depoimento do assessor de "mentiroso".