O governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou na manhã desta segunda-feira, 10, os nomes de mais dois secretários que irão compor seu primeiro escalão. São eles: Aildo Rodrigues Ferreira, que comandará a pasta de Esportes, e coronel Nivaldo César Restivo, que assumirá a Administração Penitenciária. Com essas escolhas, só falta Doria anunciar o futuro secretário estadual da Fazenda – convidado para assumir a vaga, o ex-ministro Henrique Meirelles (MDB) deve ser apresentado nesta terça-feira, 11.
Com a indicação de Aildo, que é presidente municipal do PRB e foi coordenador da campanha do deputado Celso Russomanno à Prefeitura em 2016, Doria contempla mais um partido que o apoiou na eleição. Além do PRB, já foram indicados como secretários representantes do PSD (Gilberto Kassab), DEM (Rodrigo Garcia), PP (Alexandre Baldy) e o próprio PSDB (Célia Leão e Marcos Penido). Advogado e geógrafo, Aildo já foi chefe de gabinete da secretaria que agora vai comandar.
“Não há partilha política aqui, todos sabem disso. Nenhum partido é dono de rigorosamente nada. Aqui é gestão profissionalizada, gestão focada. Quem não cumprir seus deveres será substituído”, disse Doria. O governador eleito também foi questionado a comentar sobre o fato de indicados pelo PRB estarem sendo investigados por firmarem convênios na área de Esportes com entidades suspeitas de não aplicar de forma correta os recursos públicos, por exemplo, a partir de contratos superfaturados.
Após a revelação de possíveis desvios na pasta, Aildo foi demitido pelo então governador Geraldo Alckmin (PSDB) no ano de 2016. “Até onde sei há investigação, não há ainda conclusão e o fato de investigar não significa que aqueles investigados sejam condenados. É preciso ter muito cuidado. No âmbito do Estado é transparência absoluta em todos os processos”, afirmou Doria. O tucano ainda ressaltou que a demissão não se deu por nenhum ato de corrupção. “Ele pediu exoneração.” Aildo, que estava no anúncio, não comentou.
PCC
A 20 dias de assumir o cargo de secretário de Administração Penitenciária, coronel Nivaldo não quis comentar nesta segunda-feira o pedido feito pelo Ministério Público de São Paulo para o governo paulista transferir alguns dos principais chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa que comanda os presídios do Estado, incluindo seu líder máximo, Marcos Willians Camacho, o Marcola, para presídios federais.
“A transferência precisa ser avalizada. Vamos fazer o diagnóstico de tudo, buscar informações nas áreas de Segurança Pública e da Administração Penitenciária para verificar o que é possível e necessário fazer”, disse. O coronel, que já chefiou a Rota, disse que um dos focos de sua gestão será aprimorar o sistema, ampliando o número de presídios, de parcerias e reduzindo a população carcerária a partir da oferta aos presos de “direitos e não regalias”. O déficit atual de vagas no Estado é de 90 mil.