O arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, defendeu, ao votar, que os cidadãos se apoiem em seus ideais religiosos para a escolha dos candidatos. Sem citar o nome dos candidatos Dilma Rousseff, do PT, ou José Serra, do PSDB, ele avaliou que o segundo turno foi um momento para que o cidadão analisasse a posição dos presidenciáveis em relação “a vida e ao ser humano”.
“Foi uma continuação das propostas do primeiro turno e ao mesmo tempo uma possibilidade de se examinar entre os dois candidatos as suas posições, qual a sua ideia de governo, quais são as suas preocupações com a vida e o ser humano”, disse Dom Orani.
Para o religioso, o Papa Bento XVI fez certo ao se manifestar sobre as eleições às vésperas do pleito. “Temos feito justamente isso e o Papa confirmou. Aquilo que temos colocado é que o que faz parte da orientação apostólica da Igreja, de buscar a dignidade humana, em todos os seus aspectos, ao mesmo tempo, votar com responsabilidade seguindo a orientação católica”, disse o religioso, para quem, a religião não extrapolou a pauta política nestas eleições.
“As opiniões pessoais nem sempre são questões apenas religiosas, são questões da própria vida humana e direito humano que vão muito além. A maioria do povo tem essa preocupação (religiosa), nós vimos pela reação do povo (ao tema aborto) que conserva em seu coração uma fé religiosa”.
Após Dom Orani, votou o ex-arcebispo do Rio, cardeal Dom Eugênio Sales, que fará 90 anos no próximo dia 8. “Estou otimista”, disse ele, que já não tem obrigação de votar. Dom Orani e Dom Eugênio votaram no Edifício João Paulo II, na Glória, zona sul.