Preso nesta quarta-feira, 31, em São Paulo, o “doleiro dos doleiros”, Dario Messer, saiu na manhã desta quinta-feira, dia 1º, da sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro, onde passou a noite, e será transferido para o Complexo de Gericinó, em Bangu – o mesmo no qual está preso o ex-governador Sérgio Cabral.
Acusado de ser o líder de um esquema de doleiros que lavavam dinheiro para o emedebista, Messer estava foragido desde maio de 2018, quando teve prisão decretada pelo juiz Marcelo Bretas no âmbito da operação Câmbio, Desligo.
A operação foi deflagrada contra um esquema de movimentação de recursos ilícitos no Brasil e no exterior por meio de operações dólar-cabo, entregas de dinheiro em espécie, pagamentos de boletos e compra e venda de cheques de comércio. A investigação aponta que, somente no âmbito do que foi apurado pela Câmbio, Desligo, Messer teria enviado cerca de US$ 1,6 bilhão para o exterior.
A delação dos doleiros Vinícius Vieira Barreto Claret, o Juca Bala, e Cláudio Fernando Barbosa, o Tony, resultou na operação – que tinha como principal alvo Dario Messer, apontado como controlador de um banco em Antígua e Barbuda com 429 clientes, até meados de 2013. Ele era citado pelas delações de Juca e Tony.
Outras delações, estas feitas por familiares de Messer, ajudaram os investigadores na procura pelo doleiro, que chegou a fugir para o Paraguai, onde também foi alvo de mandado de prisão. A multa paga pelo filho dele, Dan Messer, é a maior já paga por uma pessoa física no âmbito da Lava Jato, segundo os procuradores da força-tarefa do Rio: R$ 270 milhões. Desse total, R$ 240 milhões já estão com a Justiça e serão ressarcidos aos cofres públicos.