Dois atos marcaram o 7 de Setembro, hoje em Fortaleza. Na Avenida Beira-Mar, palco do desfile oficial, cerca de 50 pessoas vestidas de preto, segundo cálculos da Polícia Militar, protestaram contra a presidente Dilma e contra o PT com cartazes, faixas, caixão e um boneco inflável gigante do “Pixuleco”, que faz referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vestido de presidiário. O outro foi o Grito do Excluídos, que partiu do Centro Cultural Dragão do Mar, reunindo 2 mil pessoas, também segundo a PM.

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Na avenida Beira-Mar, os manifestantes invadiram a área do desfile antes do final. Ainda faltavam os Bombeiros e a Guarda Municipal se apresentarem, quando o grupo ocupou a avenida. Homens do Batalhão de Choque fizeram uma barreira para impedir que o manifestantes tivessem acesso à área próxima ao palanque das autoridades, onde estava a governadora em exercício, Izolda Cela, e o prefeito da cidade, Roberto Cláudio, ambos do Pros. O governador Camilo Santana (PT) está em viagem oficial à China.

Os manifestantes conduziam um caixão, envolto por uma bandeira vermelha com uma estrela branca, representando o PT. Alguns portavam cartazes e faixas pedindo intervenção militar no País. Outros pregavam apenas o impeachment da presidente Dilma. Os dois grupos se separaram e chegaram a bater boca no final do cortejo.

“Somos impeachmistas!”, gritavam os manifestantes liderados pelo empresário Paulo Angelim, coordenador do Instituto Democracia e Ética (IDE), entidade que faz parte da Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos. “Intervenção Militar Já!”, pediam os liderados por Mauro Costa, produtor de áudio visual. “Nós não acreditamos que o impeachment resolva. Ele apenas troca os interesses de quem rouba”, comentou Mauro.

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Entre os populares, que acompanhavam o desfile militar de Fortaleza, também havia divisões. Uns apoiavam o cortejo antigoverno e aplaudiam. Outros vaiavam e gritavam “Fica, Dilma!”. A rua foi liberada para os manifestantes tão logo as autoridades deixaram o palanque. Apenas o deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE) ficou em sinal de apoio.

No Grito dos Excluídos, que reuniu Movimento dos Sem-Terra (MST), centrais sindicais, organizações sociais e igrejas, o tema central era a luta pela igualdade social e moradias, além de críticas à imprensa. Mas também havia pessoas que se posicionaram contra a redução da maioridade penal e contra o impeachment da presidente Dilma. Vereadores do PT e do PSol estavam na manifestação, que, de acordo com os organizadores, havia 4 mil pessoas.

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