Doença pode adiar julgamento de ex-diretor da AL

Até a noite de ontem estava mantido para segunda-feira o início do julgamento do ex-diretor da Assembleia Legislativa do Paraná, Abib Miguel, o Bibinho, e dos demais envolvidos no escândalo dos atos secretos e da contratação de funcionários fantasmas no Legislativo Paranaense.

Até o fechamento desta edição a defesa de Bibinho não havia apresentado à juíza da 9ª Vara Criminal de Curitiba, nenhum pedido de adiamento do julgamento por conta do estado de saúde do ex-diretor geral da AL, que, na quinta-feira, passou por uma cirurgia de emergência de hérnia estrangulada no intestino.

O julgamento está marcado para ter início às 8h30 de segunda, com o início do depoimento das 95 testemunhas, e seguir até sexta-feira, quando devem ser ouvidos os réus: Bibinho, o ex-diretor financeiro da Casa, José Ary Nassiff, o ex-diretor de pessoal, Cláudio Marques da Silva, o funcionário João Leal de Matos e suas parentes Maria José da Silva, Priscila da Silva Matos Peixoto e Nair Terezinha Schibicheski.

Preso desde agosto (pela última vez, depois que foi derrubado um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal que o tirou da prisão) Bibinho, que teve a primeira detenção em abril deste ano, estava no quartel da Polícia Militar do Paraná, em Curitiba, quando, sentindo forte dores e com inchaço no abdômen, foi removido para o Hospital São Lucas, para a cirurgia de emergência.

Como é necessária a presença dos réus para o início da audiência, o julgamento poderá ser adiado caso Bibinho não tenha condições de saúde e apresente um atestado o impedindo de participar da audiência.

Como até agora nada foi comunicado e a previsão do próprio médico que operou Abib Miguel, Rogério Augusto Camargo Scheibe, de que o ex-diretor da Assembleia estaria recuperado dois ou três dias após a cirurgia, período que se encerra domingo, o Ministério Público e a Justiça seguem programados para o julgamento.

As audiências previstas para terem início na segunda-feira são referentes a uma das denúncias de irregularidades cometidas pelo grupo comandado por Abib Miguel na Assembleia Legislativa do Paraná, que, segundo o Ministério Público do Estado teria causado um desfalque de R$ 100 milhões aos cofres públicos.

O caso em questão é o do núcleo da família de João Leal de Matos, e quem teriam sido pagos, em salários, R$ 13 milhões para parentes de Matos que nunca trabalharam na Assembleia.