A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, determinou nesta segunda-feira (11) o arquivamento do pedido da força-tarefa da Lava Jato de Curitiba para que o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fosse declarado suspeito nas investigações que envolvem o ex-diretor da Dersa de São Paulo, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, e o ex-ministro e ex-senador tucano Aloysio Nunes. O documento foi divulgado com exclusividade pelo portal O Antagonista.
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Souza é acusado de ser operador de propinas do PSDB, sobretudo quando presidiu a Dersa, a estatal paulista que cuida de rodovias durante o governo do tucano José Serra.
No pedido encaminhado a Dodge, os procuradores apensaram ligações telefônicas e mensagens que demonstrariam que Aloysio Nunes tentou interferir no julgamento de um habeas corpus em favor de Paulo Vieira de Souza ao fazer contato direto e pessoal com Gilmar Mendes.
As alegações, porém, não convenceram a procuradora-geral. Para ela, “as evidências materiais narradas na representação não indicam amizade íntima que possa justificar, sob o critério jurídico-processual, arguir a exceção de suspeição do relator, inclusive porque ele, diante do esclarecimento dos fatos pela Juíza da causa, revogou sua liminar e permitiu o curso regular da ação penal que resultou em condenação a pena elevada”.
Paulo Preto e Aloysio Nunes foram alvo da Operação Ad Infinitum, fase nº 60 da Lava Jato, deflagrada no dia 19 de fevereiro. Nesta etapa, a força-tarefa mirou contas na suíça atribuídas a Vieira de Souza que chegaram à cifra de R$ 130 milhões. Um cartão de crédito teria sido emitido em benefício do ex-ministro das Relações Exteriores do governo Michel Temer. As investigações miram a suposta operação de Paulo Vieira para agentes políticos e em pagamentos da Odebrecht a ex-diretores da Petrobras.
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