O Ministério Público do Distrito Federal tem em mãos desde meados do ano passado documentos com fortes indícios de prática de caixa dois e coleta e distribuição de propinas envolvendo o governador José Roberto Arruda (DEM-DF), secretários, deputados distritais e empresários.
Logo depois da posse de Arruda, em janeiro de 2007, o secretário de Obras, Márcio Machado, esqueceu em uma emissora local de TV três documentos com nomes de empresas e anotações de valores mapeados agora, três anos depois, pela Operação Caixa de Pandora.
Márcio Machado foi à emissora para dar uma entrevista. Ao final da gravação, atendeu a uma chamada telefônica no celular, tirou do bolso do paletó as três folhas de papel, consultou os documentos e acabou indo embora sem levar os papeis. Recolhidos, os documentos foram parar no MP.
Os papeis, todos manuscritos, listam quatro dezenas de empresas, quanto foi coletado de dinheiro para a campanha de Arruda e como é que o bolo era rateado. Os mesmos personagens políticos da Operação Caixa de Pandora aparecem nos documentos do secretário Márcio Machado.
Pela contabilidade que o secretário de Obras carregava no bolso, os operadores do suposto esquema estavam pagando no início do ano despesas do vice Paulo Octávio e do assessor Fábio Simão, entre outros.
Pela anotação que está no Ministério Público do DF, “PO” – iniciais de Paulo Octávio – pegou R$ 200 mil desse saldo de arrecadação de caixa dois para quitar despesas. Fábio Simão, outros R$ 200 mil.