A Polícia Federal apreendeu documentos que indicam a prática de compra de votos por parte do ex-deputado Pedro Corrêa (PP/PE), preso sexta feira, 10, na Operação A Origem, 11.ª etapa da Operação Lava Jato. Os papéis, guardados em uma pasta, foram encontrados no carro do técnico em informática Jonas Aurélio de Lima Leite que trabalhou, entre 2008 a 2013, como auxiliar de escritório no Haras Fazenda Nova, no município de Brejo da Madre de Deus, interior de Pernambuco. A fazenda pertence ao ex-parlamentar.
Segundo Leite, os documentos “se referem a registros de comprovantes de compra de votos em campanhas eleitorais”. São faturas de contas de energia elétrica, água, combustíveis, peças de veículos e compra de materiais de construção.
“As compras de votos foram feitas na cidade de Brejo da Madre de Deus mediante a procura dos eleitores e oferecimento por parte de Pedro Corrêa”, declarou o ex-funcionário.
Segundo ele, “os pagamentos eram feitos através da equipe política de Pedro Corrêa”. Leite diz que teve acesso aos documentos “devido ao fato de terem sido arquivados no escritório do haras onde trabalhava”. Quando saiu do haras, no ano de 2013, retirou tais documentos “para que pudesse denunciar as falcatruas políticas praticadas por Pedro Corrêa”.
Jonas Aurélio de Lima Leite disse, ainda, que além da campanha para deputado federal, Pedro Corrêa participava da campanha eleitoral para prefeito na cidade de Brejo da Madre de Deus, “onde, inclusive, sua filha Clarice Corrêa é a atual vice prefeita, na gestão do prefeito José Edson”.
Durante o período em que trabalhou no Haras Fazenda Nova, Leite recebia em carteira um salário mínimo, mas “por fora, era oferecido um valor complementar para que seu ganho total chegasse à quantia de R$ 1.500?. O que despertou a atenção dos investigadores é que por uma conta poupança de Jonas Leite transitavam valores elevados, até R$ 50 mil por mês. Segundo Leite, os créditos repassados para sua conta eram comunicados a ele pelo assessor do ex-deputado federal, Ivan Vernon Gomes Torres.
Ele contou que o dinheiro que circulava em sua conta era destinado “ao pagamento de funcionários do haras”. A PF o indagou sobre os saques de valores no montante de R$ 684.800,42. O dinheiro, segundo Jonas Leite, era “destinando sempre ao pagamento das despesas do Haras Fazenda Nova”.