Afastado do cargo por suspeita de envolvimento com a nomeação de funcionários fantasmas, o ex-diretor administrativo da Assembleia Legislativa Altair Daru encaminhou nesta quinta-feira ao presidente da Casa, Valdir Rossoni (PSDB), um documento da Receita Federal citando o ex-diretor geral Abib Miguel, o Bibinho, como um dos responsáveis pelas irregularidades.
Na correspondência enviada a Rossoni, Daru disse que “pessoas inescrupulosas” usaram indevidamente os documentos pertencente à sua mãe, Helena Luiza Valle Daru, apontada como funcionária fantasma do gabinete de Rossoni entre 2003 e 2005.
O ex-diretor que, à época era chefe de gabinete de Rossoni, afirmou que levou os documentos à Assembleia para incluir a mãe como sua dependente legal. Ele também anexou um ofício da Receita Federal ao Ministério Público Federal formalizando uma representação para fins penais contra Bibinho, José Ary Nassif (ex-diretor administrativo) e Claudio Marques da Silva (ex-diretor de pessoal), apontados como responsáveis pela prestação de informações sobre pagamentos feitos em nome de Helena Luiza.
Bibinho, Nassif e Marques são os três principais acusados pelo Ministério Público Estadual de participação num esquema de desvio de recursos da Assembleia por meio da contratatação de servidores fantasmas e da abertura de contas bancárias em nome de “laranjas”.No ofício, a Receita qualifica os três como responsáveis por “patrocinar” a apresentação de dados sobre Helena Luiza junto ao órgão.
A Receita Federal descreve que, embora a mulher nunca tenha declarado o recebimento de salários da Assembleia, a direção da Casa havia recolhido Guias de Fundo de Garantia e da Previdência Social em nome de Helena entre janeiro de 2003 e junho de 2005.
O ofício menciona que os três já estão investigados criminalmente por casos similares, o que justifica a aceitação da denúncia feita por Helena Luiza. Em fevereiro deste ano, a mãe de Daru remeteu uma correspondência à Receita afirmando que jamais trabalhou ou recebeu pagamentos da Assembleia Legislativa.
Na defesa enviada a Rossoni, Daru afirma que a manipulação de documentos de terceiros era corriqueira na Casa. “A prática de utilização de documentos para abertura de contas e investidura de cargos públicos junto à Assembleia Legislativa foi devidamente constatada em casos similares, sendo objeto de inúmeras ações penais e cíveis a respeito. A desvirtuação de documentos franqueados aos departamentos da Alep é deveras conhecida”, atacou o ex-servidor.