Dobrandino perde paciência com PMDB

O líder do governo na Assembléia Legislativa, Dobrandino da Silva, decidiu disciplinar a freqüência dos deputados peemedebistas às sessões plenárias das segundas, terças e quarta-feiras. Em meio à artilharia da bancada de oposição, em fase pré-eleitoral, Dobrandino tem sentido falta do suporte da maioria dos quatorze deputados peemedebistas que, conforme o líder, estão quase sempre ausentes nos momentos decisivos para o governo. Ontem, Dobrandino começou a puxar a orelha da bancada, depois que não conseguiu fazer uma reunião por falta de quórum.

Dobrandino convocou novo encontro da bancada para a próxima segunda-feira, dia 1.º, para ter uma conversa franca com os deputados peemedebistas. Na avaliação do líder do governo, com a aproximação das eleições, a sorte do Palácio Iguaçu na Assembléia Legislativa tende a mudar. Em decorrência da disputa eleitoral, o governo, fatalmente, vai perder apoios e a sua folgada maioria em plenário. "Daqui para a frente, vai ficando cada vez mais difícil. Nós vamos começar a ficar com uma margem pequena para aprovar os projetos importantes para o governo", disse.

Uma das demonstrações de fragilidade da bancada citadas por Dobrandino foi na votação do pedido de regime de urgência da mensagem do governador solicitando autorização para que a Copel compre a termoelétrica UEG-Araucária da empresa norte-americana El Paso. Sem os votos dos peemedebistas, a liderança não conseguiu aprovar o regime de urgência. "O governo tem pressa na aprovação do projeto e precisa decidir logo a compra para evitar aborrecimentos futuros", afirmou. Dobrandino pretende votar a matéria na próxima semana, sem falta.

O líder queixou-se que, nos últimos tempos, os únicos deputados com os quais pode contar em plenário todos os dias é o líder da bancada, Antonio Anibelli, e a deputada Elza Correia. Os demais tiveram a assiduidade questionada pelo líder do governo. Segundo Dobrandino, há os que quase nunca aparecem, como Cleiton Quielse e Caíto Quintana. Ontem, Quintana faltou à reunião da Comissão Especial que examina a emenda constitucional em que o governador propõe o fim do nepotismo e teve que ser substituído à última hora por Anibelli.

Ainda segundo Dobrandino, há uma segunda categoria de peemedebistas que embora não faltem sempre, também não comparecem nos momentos difíceis. Exemplos desse perfil seriam os deputados Alexandre Curi, Rafael Greca e até mesmo o 1.º secretário da Assembléia, Nereu Moura. "O Alexandre é engraçadinho. Ele faz de conta que vem. Está aqui no começo da sessão e depois some. O Greca é meia-boca e o Nereu, às vezes está aqui na Assembléia, mas não vem ao plenário", definiu.

Dobrandino afirmou que está cansado de ficar "correndo atrás" dos deputados para que compareçam às sessões. "Todos aqui têm responsabilidades iguais. Um deputado pode faltar a uma sessão, mas tem que comunicar antes se tiver um compromisso. E eu tenho que cobrar presença em plenário", afirmou.

Para o líder do governo, se os deputados do PMDB não garantem presença nas votações, ele fica sem sustentação para cobrar dos aliados de outros partidos. "Como exigir a presença dos outros se os do partido não vêm? Eu acho que vir ao plenário é obrigação dos deputados. Se não, por que se elegeram?", desabafou.

Almoço

Ontem, o governador Roberto Requião almoçou com alguns deputados aliados. Do PMDB foram Alexandre Curi e Nereu Moura. Do PSDB, outros dois: Luiz Nishimori e Nelson Garcia. Hermes Fonseca compareceu pelo PT. Mais tarde, Dobrandino também esteve com o governador. E expôs as dificuldades que vem tendo com a base governista.

Na próxima semana, além da compra da UEG, a Assembléia também vai votar um projeto que está no alto da lista de prioridades do Palácio Iguaçu: o novo mínimo regional. As bancadas dos partidos de oposição e os independentes já prometeram votar a favor, mas o líder do governo quer garantir 100% de presença da bancada aliada. 

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo