Empresas que são grandes doadoras eleitorais assinaram contratos bilionários com a Petrobras no ano passado. Apenas os três maiores contratos fechados em 2008 pela companhia somam R$ 5,7 bilhões e os consórcios executores dessas obras incluem construtoras como Camargo Corrêa, Andrade Gutierres e Mendes Jr., tradicionais colaboradoras de campanhas. A situação pode fragilizar a atuação dos senadores na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, uma vez que poderão ser obrigados a investigar contratos executados por grandes repassadores de recursos oficiais para seus partidos.

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Segundo as prestações de contas apresentadas pelos partidos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em abril deste ano, essas e outras construtoras que participam de vultosos contratos registram doações oficiais importantes para os principais partidos. Levantamento feito pelo Estado mostra que, no ano passado, o total dessas contribuições chegou a R$ 39,9 milhões. O maior volume é do PT, com R$ 14,9 milhões, seguido por PSDB, com R$ 13,3 mi e DEM, com R$ 7,5 mi.

Por conta de sua participação ativa nas doações eleitorais, as grandes empreiteiras possuem alto poder de influência sobre os políticos. Nas duas últimas eleições (2006 e 2008), levantamento feito pelo Estado aponta que as principais construtoras do País doaram pelo menos R$ 102,5 milhões para partidos e candidatos. Em 2006, a Camargo Corrêa foi a campeã de colaborações em campanhas com R$ 14,9 milhões. Em 2008, manteve essa posição com R$ 23,9 milhões. O discurso oficial dos dirigentes partidários minimiza a influência das empresas sobre a CPI. Informalmente, porém, interlocutores das construtoras conversam com parlamentares para blindar seus interesses.

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