Divulgação da Copa coloca estatal gaúcha sob suspeita

A Companhia Carris, empresa municipal de transportes urbanos de Porto Alegre, pode ter programado pagamentos por preços superiores aos do mercado pela pintura de 12 ônibus com motivos alusivos à Copa do Mundo de 2014. Uma reportagem exibida pela RBS TV na noite de ontem mostrou que o valor previsto para a decoração externa de cada veículo, de R$ 9,25 mil, contratado sem licitação, corresponde a quase duas vezes e meia os 3,8 mil propostos por outra empresa. A emissora apresentou os valores com base em e-mails trocados por diretores e gerentes da Carris, aos quais teve acesso.

O prefeito José Fortunati (PDT) afastou três diretores da empresa nesta terça-feira, inclusive o presidente João Pancinha, que foi substituído por Sérgio Zimmermann. “Tomei esta decisão para que o município seja preservado, garantindo total transparência nas investigações que estamos iniciando”, explicou, com a ressalva de que isso não significa qualquer condenação aos que saem. “O importante é propiciar o ambiente mais transparente para o desenvolvimento do trabalho da companhia e do processo de sindicância”, afirmou. O Ministério Público de Contas pediu informações à empresa e também vai analisar o caso.

Em diferentes entrevistas, os diretores afastados sustentaram que não houve licitação porque a empresa que começou a prestar o serviço já era contratada da Carris. Admitiram, no entanto, algum erro no processo que previu o custo de R$ 9,25 mil. Tanto que o serviço e os pagamentos já estavam suspensos. Apenas dois ônibus estão pintados e circulando.

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