Divergências eleitorais deixam líder preocupado

Com a aproximação das eleições municipais do próximo ano, a liderança do governo na Assembléia Legislativa começa a se preocupar com os efeitos que a disputa pode ter sobre a base de apoio.

São 40 deputados, de vários partidos, cujos projetos eleitorais diferentes em 2004 podem ameaçar a unidade do bloco aliado ao Palácio Iguaçu. O líder do governo, Angelo Vanhoni (PT), disse que para prevenir e também contornar algumas pequenas crises já existentes na base é preciso que governo e aliados conversem mais. “Temos que fazer mais política do que nestes primeiros seis meses porque a política influencia na tomada de decisões da base. O que temos de fazer é administrar as disputas eleitorais”, afirmou.

0 líder do governo informou que vai conversar hoje com o governador Roberto Requião (PMDB), que retornou ontem do Texas (EUA), para pedir o que chamou de um “estreitamento” das relações entre governo e deputados aliados. “Estamos nos aproximando de um período eleitoral. O debate ganha força na sociedade, repercute na Assembléia e na nossa base. E o governo tem que garantir esta base, independente das disputas que vêm por aí”, afirmou.

Na avaliação da liderança, os primeiros sete meses foram tranqüilos na relação entre o governo e a Assembléia. Os projetos de interesse do Palácio Iguaçu foram aprovados sem maiores sobressaltos, como por exemplo, a autorização para encampar o pedágio. Mas, a partir de agora, Vanhoni prevê o surgimento de algumas dificuldades. “Nós ainda não temos nenhum problema concreto, mas não podemos nos esquecer de que já vamos começar a sofrer a influência de 2004. Cada deputado estadual é ligado a prefeitos no interior. A relação do governo com as prefeituras e os deputados passa a ser mais complexa, do ponto de vista político”, comentou.

O líder do governo não acredita em deserções no bloco de apoio, embora alguns deputados sinalizem nos bastidores que podem se transferir para o chamado “bloco independente”, que não tem compromisso de votar de acordo com a orientação do governo. “Algumas baixas podem até acontecer. Mas o governo tem sua maioria consolidada na Assembléia Legislativa”, afirmou.

Sem intenção

A situação particular de Vanhoni é uma amostra de como a eleição do próximo ano tem impacto sobre a base. O deputado estadual é pré-candidato do PT à prefeitura de Curitiba. Ele afirmou que não pretende se afastar da liderança tão cedo, desmentindo especulações de que poderia deixar o cargo em breve para se dedicar à preparação às prévias do partido. Vanhoni disse que permanece na liderança até o final do ano e somente se afastará quando achar que a função de líder e de pré-candidato ficarem incompatíveis.

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