A briga entre o prefeito de Pontal do Paraná, Rudisney Gimenes (PMDB) e o presidente da Câmara Municipal, Alexandre Pereira PDT), acabou sobrando para os servidores, que correm o risco de não receber seus salários, e para a cidade, que desde ontem funciona apenas com os serviços essenciais. O resto está fechado. Rudisney e Pereira trocam acusações mútuas de desonestidade. Rudisney alega que Pereira lhe pediu um ?mensalão? e Pereira levanta suspeitas sobre uso de recursos públicos.
Tudo isso acontece porque os vereadores rejeitaram o orçamento da prefeitura para 2007 e, como conseqüência, o prefeito decidiu fechar o local alegando não ter como trabalhar sem dinheiro. Segundo Gimenes, os vereadores não fizeram as emendas no orçamento dentro do prazo legal e decidiram rejeitar o documento. ?Eu acho que não votar é um direito deles. Mas rejeitar não existe?, indigna-se o prefeito.
Somente os serviços essenciais funcionam na cidade, como emergências na área de saúde e coleta de lixo. Já as creches estão fechadas e as secretarias não atendem a população. Segundo o prefeito, o mais grave é a situação da cidade, depois das últimas chuvas. ?Sem o orçamento eu não posso pagar salários, contas, nem merenda. O pior é que até as obras de recuperação por causa das chuvas estão paradas?, disse.
No começo do mês, a prefeitura entrou na justiça (no fórum de Matinhos) para utilizar o orçamento, o que foi autorizado. Porém, logo em seguida os vereadores recorreram da decisão no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ) e obtiveram parecer favorável. Novamente o prefeito de Pontal pediu outra reconsideração ao TJ, mas ainda não obteve resposta. Para Pereira, Gimenes teria outros meios de não deixar a prefeitura ?parada?. ?A lei orgânica do município prevê que ele pode utilizar créditos especiais. Ele não usa porque não quer, prefere jogar a população da cidade contra os vereadores?, afirmou.
Pereira disse ainda que vai aguardar que o prefeito reencaminhe o orçamento à Câmara. Porém, Gimenes informou que não vai fazer isso. ?Eles não fizeram as emendas por incompetência e ainda querem que eu mande novamente só para fazer retaliação?, indignou-se.
