Disputa política marca festa do trabalho em SP

O trabalhador que participou da festa da Força Sindical em comemoração ao 1º de maio nesta manhã ficou entre as críticas ao governo Dilma Rousseff e os defensores da presidente. Em discurso, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) defendeu um governo para os trabalhadores e não só voltado para o empresariado, em crítica à atual gestão. Depois, o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou que o governo aceita as observações como “parte do debate”, mas questionou a atuação do senador tucano junto aos trabalhadores apenas neste ano, de 2013. Aécio é o nome mais cotado para ser adversário de Dilma pelo PSDB nas eleições de 2014. “Se o Aécio veio aqui, foi muito bom ele ter vindo. Mas era importante que eles (oposição) tivessem vindo antes, que eles viessem em 1995, 96, 97, 98”, comentou, insinuando que os tucanos não se aproximaram dos trabalhadores enquanto estiveram à frente do governo federal.

“Se tem uma coisa que nunca tivemos medo é do debate, da discussão. E temos uma tranquilidade de vir aqui, porque há dez anos não era assim. Grande parte dessa gente que está aí (na plateia) não tinha acesso a nada”, disse Carvalho. O ministro, que representava a presidente Dilma na festa, afirmou que participar de manifestações e eventos como o de hoje é positivo porque é “bom ouvir” os diversos segmentos da sociedade. “Quando você ouve, você fica mais humilde. Se eles (oposição) tivessem feito isso (ouvir os trabalhadores), estaria mais fácil para o Brasil hoje. Nós tivemos que consertar um monte de coisas. Em 10 anos não se conserta tudo”, completou.

Aécio Neves foi colocado como um dos destaques da festa. No palco, permaneceu em primeiro plano, ao centro, por boa parte do ato político, quando os sindicalistas criticaram o governo Dilma pela inflação alta e pela falta de diálogo com os trabalhadores. Questionado sobre o tratamento conferido ao tucano, Carvalho afirmou: “Ele (Paulinho) convidou o cara, ele achou que era gentil apresentar, não tem nenhum problema. Nós estamos aí, o (ministro do Trabalho) Manoel Dias, eu”, disse o secretário-geral da Presidência.

Carvalho buscou minimizar as críticas feitas pelo dirigente da Força e deputado federal, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, de que o governo não dialoga com os trabalhadores. “A relação entre central sindical e governo tem que ser tensa, porque eles têm que tentar o tempo todo avançar mais e nós temos que tentar o tempo todo atendê-los”, disse aos jornalistas. Ele ressaltou que o governo respeita a autonomia das entidades sindicais e se importa apenas com a pauta apresentada por cada uma em defesa dos trabalhadores. “Se tem alguém que não economiza recurso para cuidar dos pequenos e dos pobres se chama Dilma Rousseff”, disse.

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