Pleito

Disputa pelo governo do Rio de Janeiro não tem favoritos

Vários candidatos com chances de chegar ao 2.º turno, uma briga sem trégua entre PT e PMDB e a alta rejeição dos concorrentes marcam a disputa pelo governo do Rio de Janeiro, terceiro colégio eleitoral do País, com 12 milhões de votantes. Esse quadro cria um constrangimento para a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, que viu parte do PMDB migrar para a candidatura presidencial do tucano Aécio Neves, em resposta ao lançamento do senador petista Lindbergh Farias ao Palácio Guanabara, sede do Executivo fluminense.

O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), que assumiu em abril e disputará a reeleição, promete apoiar Dilma, mas diz não ter como evitar o movimento “Aezão” (voto conjunto em Aécio e Pezão). Pezão terá na chapa o antecessor e padrinho político, Sérgio Cabral, candidato ao Senado.

Embora tenham sido protagonistas dos maiores embates até agora, Pezão e Lindbergh não são os favoritos. Pesquisa Ibope encomendada pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), realizada entre 7 e 11 de junho, mostra o pré-candidato do PR, o ex-governador Anthony Garotinho, na liderança, com 18% das intenções de voto. O senador e ex-ministro Marcelo Crivella (PRB) tem 16%. Pezão tem 13% e Lindbergh, 11%. Em quinto aparece o ex-prefeito Cesar Maia (DEM), com 8%. Miro Teixeira (PROS, que desistiu da candidatura) e Tarcísio Motta (PSOL) tiveram 1% cada. Como a margem de erro é de três pontos porcentuais, Garotinho, Crivella e Pezão estão tecnicamente empatados.

O que mais desafia os pré-candidatos é a alta proporção de eleitores que, a três meses e meio da eleição, pretendem votar em branco ou nulo: 27%. É um porcentual elevado se comparado a pesquisas de outras campanhas, quando brancos e nulos ficavam em torno de 20% nesta época.

O Ibope também mostrou que à exceção de Crivella, todos os candidatos têm rejeição maior que a intenção de voto. Garotinho está em primeiro no quesito, com 32% de entrevistados que não votariam nele em nenhuma hipótese. Cesar Maia é rejeitado por 24%, Pezão por 18% e Lindbergh por 14%.

A revolta do eleitorado fluminense se explica em grande parte pelo comportamento de Sérgio Cabral, que viu as realizações de sua administração, como as Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) e a retomada de investimentos, ofuscadas por viagens luxuosas para a Europa, em companhia de empresários prestadores de serviço ao Estado, e pelo uso de helicóptero oficial para transportar a família para a casa de veraneio. Cabral chegou a apenas 18% de avaliação boa/ótima, segundo pesquisa CNI/Ibope de dezembro, ainda em reflexo dos protestos iniciados no meio do ano passado. Na pesquisa mais recente, porém, Cabral lidera entre os pré-candidatos ao Senado, com 26%, seguido por Romário (22%). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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