A disputa travada entre o ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP-BA), e a bancada federal de seu próprio partido tem como pano de fundo a disputa pela diretoria de Abastecimento da Petrobras, ocupada pelo afilhado de José Janene (PR), morto em setembro passado. Janene foi um dos políticos envolvidos no esquema do mensalão.

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O PP tem se engalfinhado para fazer o sucessor de Paulo Roberto Costa, indicado por Janene para a diretoria da estatal ainda no governo Lula.

Na semana passada, Negromonte explicitou as divergências do partido em entrevistas. Chegou a falar na “ficha corrida” dos correligionários e disse que a disputa interna poderia terminar em sangue. O PP, porém, iniciou uma estratégia política para manter o ministro no cargo, temendo a perda de poder na Esplanada dos Ministérios.

Segundo um dirigente do PP, a poderosa diretoria de abastecimento, que entre outras coisas é responsável pelas obras das refinarias no Nordeste, tem muito mais atrativos do que um Ministério das Cidades sem verbas para investimento.

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Os ânimos no PP arrefeceram após os avisos do Planalto de que não adiantaria alvejar Costa porque o partido não faria seu sucessor. “É melhor a gente se contentar em ter um pouco de alguma coisa, do que ficar lutando para ter 100% de nada”, resumiu um velho cardeal do partido, conformado com a situação.

Enquanto o PP guerreava, Costa que é um técnico de carreira da Petrobrás, buscou novos padrinhos políticos. Aproximou-se do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), e do ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP).

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O resultado dessa movimentação, segundo dirigentes do PP, é que Costa dificilmente será removido da diretoria. Ele conta, hoje, com apoio suprapartidário. Além de ser reconhecido como um competente funcionário de carreira, ele conta ainda com a simpatia do presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, e teria canal direto com a presidente Dilma e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.