A disputa pela candidatura do PSDB à Presidência em 2018 já chegou ao Congresso Nacional. Em “guerra” para ser o candidato tucano ao Palácio do Planalto, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito da capital, João Doria, começaram a se movimentar nos últimos meses para ampliar a interlocução com parlamentares. O objetivo é ganhar capilaridade em outros partidos e nos Estados, onde precisarão de palanques regionais durante a campanha.

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Alckmin já fez pelo menos três almoços ou reuniões com parlamentares e líderes políticos em São Paulo. O último ocorreu há uma semana. Entre os presentes estavam os deputados Benito Gama (PTB-BA), Rubens Bueno (PPS-PR), Heráclito Fortes (PSB-PI), José Carlos Aleluia (DEM-BA), Danilo Forte (PSB-CE), além do ex-senador Jorge Bornhausen (PSD-SC) e do ex-deputado Pimenta da Veiga (PSDB-MG).

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No encontro, segundo relatos, foram discutidos não só possíveis palanques estaduais. Parlamentares ponderaram a necessidade de Alckmin “pacificar” São Paulo. No Estado, pelo menos três partidos ligados ao governador querem apoio para a disputa pelo governo: o PSB do vice-governador Márcio França; o DEM do secretário de Habitação, Rodrigo Garcia, e o próprio PSDB.

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“Senti que o governador vai realmente começar o projeto. Senti ele muito animado, muito determinado. Acho que ele vai conseguir agregar muitos apoios”, afirmou Benito Gama ao Estadão/Broadcast. Segundo o parlamentar baiano, Alckmin deve aguardar as convenções do partido, previstas para dezembro, para começar as viagens pelo País nos fins de semana.

Danilo Forte disse que, no encontro, eles discutiram até sobre a

necessidade de o candidato a vice-presidente de Alckmin ser do Nordeste. O deputado do PSB ressaltou que, entre a penúltima e a última reunião com o governador, houve uma “mudança muito grande de ânimo” do tucano. “Pela evolução da conjuntura, que cada vez mais exige alguém com experiência e com serenidade para conduzir o País”, justificou. “Alckmin é o perfil ideal, mas precisa se preparar para o embate”, disse.

Encontros

Além de almoços, o governador tucano teve encontros individuais com deputados. No mês de setembro, por exemplo, sua agenda pessoal foi recheada de reuniões com integrantes da bancada paulista do PSDB na Câmara. Alckmin se encontrou com quatro deputados tucanos no mês. Os parlamentares eram de Goiás, Alagoas, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Isso revela uma mudança de postura do governador, que sempre se limitou a conversou com dois ou três deputados de sua confiança na Câmara Federal.

O prefeito de São Paulo, João Doria, também tem conquistado interlocutores no Congresso Nacional. A reportagem apurou que, atualmente, Doria fala com frequência com políticos de seis partidos: PSDB, DEM, PMDB, PSD, PP e PRB. Entre seus principais contatos estão nomes próximos do Palácio do Planalto, como o líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), e o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Baleia é descrito por fontes próximas a Doria como “leal” e um “bom conselheiro”.

“Sou admirador do trabalho dele e estou apenas ajudando como deputado de São Paulo nos pleitos no governo federal. Por isso tenho conversado com ele”, resumiu o líder do PMDB. Outros deputados que têm sido consultados por Doria são Celso Russomanno (PRB-SP), de quem é amigo de longa data, e o deputado Goulart (PSD-SP).

“Ele tem sido um grande incentivador das reformas que estão havendo. Quem o conhece pela primeira vez, passa a admirá-lo. Tenho falado muito com os deputados a respeito dele e me colocado à disposição sempre que necessário. Ele tem visão de futuro, tem vendido bem o peixe. Ele não precisa seguir conselhos, mas é importante você estar ao lado, estreitando relacionamentos”, afirmou Goulart, que não acredita que o tucano irá trocar de partido para se candidatar à Presidência em 2018.

Doria vem tentando uma interlocução maior com o Congresso, principalmente após Julio Semeghini não renovar o mandato de deputado federal. Hoje, Semeghini é secretário de Governo da Prefeitura. No PSDB, seus principais contatos são o governador de Goiás, Marconi Perillo, e o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PB).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.