Discreto, nome de Pessuti é cogitado para ministério

O futuro do vice-governador reeleito Orlando Pessuti (PMDB), atual governador em exercício, voltou ontem a ser alvo de novas especulações nos meios políticos. Desta vez, o nome de Pessuti está sendo apontado como um possível candidato a ministro no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Peemedebistas dizem que o vice-governador já foi sondado pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e pelo diretor geral da Usina de Itaipu, Jorge Samek, para assumir a pasta da Agricultura.  

O presidente estadual do PT, deputado André Vargas, afirmou que desconhece as articulações, mas não descarta a possibilidade de o vice-governador vir a ser convidado para ocupar um cargo no governo federal. ?Eu acho perfeitamente possível, já que o Pessuti é um nome do PMDB. E nós achamos que o Paraná poderia ter mais um ministério e o nome não precisa ser do PT. Pode ser de um partido da base aliada. E o PMDB será da base aliada?, declarou.

Para Vargas, entretanto, as chances de Pessuti dependem do nível de envolvimento do governador Roberto Requião (PMDB) no processo de articulação da indicação.?O Requião tem que estar no centro deste processo?, disse o petista. Com Requião, os petistas têm conversado sobre a possibilidade de indicar o atual secretário nacional de Agricultura Familiar, Walter Bianchini, para a Secretaria de Agricultura no Paraná, lugar que, até o início deste ano, era ocupado por Pessuti.

Afinidades

O Estado não conseguiu contato ontem com o vice-governador. Mas deputados do PMDB revelam que Pessuti construiu uma boa relação com o presidente da República nos últimos tempos. Foi o vice-governador do Paraná que participou da reunião dos governadores aliados com Lula, em Brasília, na semana passada. Requião justificou que estava se preparando para a viagem à França – ele embarcou no sábado passado – e não poderia viajar para o encontro com o presidente.

Pessuti também foi um dos primeiros representantes do PMDB do Paraná a declarar apoio à reeleição de Lula no processo eleitoral deste ano. Durante o primeiro turno, numa das primeiras visitas de Lula ao Paraná, em Foz do Iguaçu, Pessuti mais uma vez foi representar o governador Roberto Requião. No início de uma reunião entre Lula e prefeitos, o vice-governador declarou que apoiava sua reeleição. O PMDB somente formalizou o apoio a Lula no segundo turno. Pessuti também subiu ao palanque do único comício de Lula, em Curitiba, no segundo turno.

O vice-governador deve formalizar depois do dia 19, data da diplomação dos eleitos, sua desistência da indicação para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas. Ele foi escolhido em eleição na Assembléia Legislativa no início do ano, mas acabou concorrendo à reeleição para o cargo de vice-governador, quando a direção nacional do PSDB vetou a aliança que indicou o atual presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, como o candidato a vice na chapa de Requião. Se assumir um cargo de ministro, Pessuti não precisa renunciar ao cargo de vice-governador do Paraná. 

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