Em reunião do PSDB realizada ontem, a maioria dos presidentes dos diretórios estaduais do partido defendeu a antecipação para janeiro da definição da candidatura presidencial. O movimento representa um revés para a estratégia do governador de São Paulo, José Serra, líder nas pesquisas de intenção de voto, que deseja retardar ao máximo o anúncio para evitar desgaste político e ataques dos adversários. Mas vai ao encontro do interesse do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, que defende a antecipação por ser menos conhecido do eleitorado e precisar de mais tempo para viabilizar a sua candidatura.
A pressão dos diretórios se explica pelo reflexo das campanhas regionais. Sem candidato escolhido, os tucanos vêm encontrando dificuldades para iniciar suas campanhas e montar as alianças locais. Além disso, reclamam que o governo já está em ritmo eleitoral, pedindo votos para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e articulando acordos regionais.
Apesar da pressão dos diretórios estaduais, o PSDB preferiu não tomar nenhuma decisão sobre o assunto na reunião de ontem, que durou quase cinco horas e foi realizada na sede do partido em Brasília. O presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PE), destacou que “100% do partido prefere resolver o quanto antes” a definição da candidatura e concorda com isso. O porém, segundo ele, é que não adianta antecipar a definição se o gesto custar a harmonia política entre Serra e Aécio.