Diretório do PSDB fecha questão com Osmar Dias

O diretório estadual do PSDB tornou obrigatório ontem o apoio à candidatura do senador Osmar Dias (PDT) na sucessão ao governo do Paraná. A proposta de fechar questão sobre o apoio a Osmar foi aprovada por 31 votos contra um, o do deputado estadual Nelson Garcia. A reunião também proibiu a participação de filiados do PSDB em atos de campanha, programas de rádio e televisão e concessão de entrevistas manifestando apoio ao governador licenciado Roberto Requião (PMDB). A ata do encontro tucano foi encaminhada para registro no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Único representante do grupo do governador em exercício Hermas Brandão na reunião do diretório, Garcia disse que não há motivos para alterar sua posição de apoio a Requião, que vem desde o primeito turno. ?Conversei com o meu grupo político e não mudo de posição, pois assumi o compromisso de apoiar Requião no primeiro turno. Não mudei a minha posição, mesmo estando em desvantagem. Quero deixar claro que não tenho nada contra o senador Osmar Dias?, afirmou.

O presidente do diretório estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, afirmou que, para a maioria do partido, o apoio ao senador Osmar Dias é natural. ?É uma questão de reciprocidade e também de acreditar no bom governo que Osmar vai fazer. Há um sentimento popular por mudanças?, dizia.

O deputado federal Gustavo Fruet (PSDB) comentou que há uma sinergia entre a candidatura do senador e o PSDB, pois o PDT nacional firmaria hoje o apoio ao candidato à presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB). Nas estimativas de Fruet, pelo menos 18 estados iriam votar a favor do apoio ao PSDB. ?A integração com a campanha do Osmar já estava acontecendo. Agora, o partido caminha de forma majoritária com o Osmar. Já está havendo um casamento, uma sinergia?, avaliou.

Para o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), que aderiu à campanha do candidato pedetista no início deste segundo turno da campanha eleitoral, a convocação serviu para colocar o partido em uma mesma direção. ?Aqueles que não concordaram devem acatar a decisão, escolhida de maneira democrática. Toda a base do partido demonstrou união?, contou.

Durante a reunião, os filiados fizeram uma menção honrosa a Beto, que vem travando uma polêmica com Requião sobre os investimentos do governo do estado em Curitiba. ?Fico sensibilizado pela demonstração de solidariedade, de carinho e também de indignação contra a atitude de tentar lançar inverdades sobre mim?, declarou.

Indiferença

O governador em exercício e vice-presidente estadual do PSDB, Hermas Brandão, não reconhece a decisão do diretório estadual e pretende permanecer na campanha de Requião. ?Vou continuar fazendo exatamente a mesma coisa de antes. Não vi essa ata e nem tenho curiosidade?, reagiu Brandão. Ele também afirmou que não teme eventuais represálias da comissão executiva estadual. ?Podem tomar as medidas que acharem convenientes. A hora que acharem que devem me expulsar, que me expulsem. Prometo não recorrer?, ironizou o dirigente tucano, que havia sido indicado candidato a vice-governador na chapa do governador licenciado Roberto Requião (PMDB), antes do veto da direção nacional à aliança entre peemedebistas e tucanos no Paraná.

Brandão comentou que as decisões democráticas não estão sendo respeitadas no partido. Ele citou como exemplo a anulação da  aliança com o PMDB pela maioria dos votos dos convencionais. ?Acredito no partido que respeita as decisões democráticas tomadas pelo partido e não nas posições tomadas administrativamente por um seleto grupo?, declarou.

Brandão já conversou com os trinta prefeitos do PSDB que estão na campanha do PMDB e garante que eles vão continuar apoiando Requião. Esta é também a decisão dos deputados estaduais tucanos Luiz Accorsi, Nelson Garcia, Luiz Fernandes Litro, Luiz Nishimori e Francisco Buher. ?Cada um joga o seu jogo. Meu jogo é esse. Vou ajudar quem me ajudou?, disse Accorsi. Ele citou que Requião autorizou a construção do Contorno Norte, que vinha reivindicando há dez anos em Curitiba. ?Eu me matei de trabalhar na campanha do Beto. Sou Beto. Mas para o governo, fico com o Requião?, acrescentou. 

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