Diretoria da Petrobras é cobiçada pelo PMDB

A diretoria internacional da Petrobras é alvo de uma disputa política até agora silenciosa entre a presidência da estatal e o PMDB. A pasta era ocupada pelo partido e está informalmente vaga desde abril de 2012, quando a presidente Maria das Graças Foster afastou três diretores que chegaram aos cargos por indicação política.

Depois das eleições no início do mês para as presidências da Câmara e do Senado, vencidas pelo PMDB com larga vantagem, intensificaram-se as pressões para que o cargo seja preenchido por um indicado do partido. Também duas diretorias da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), vagas desde o ano passado, são cobiçadas pelo grupo de peemedebistas vitoriosos. Graça Foster acumula a presidência e o comando da Diretoria Internacional desde julho. Ela acompanha pessoalmente as vendas de blocos exploratórios que a Petrobras controla no Golfo do México e na África. A venda de ativos no exterior foi apresentada esta semana como uma das poucas alternativas de alívio ao caixa da companhia.

De acordo com o planejamento da estatal, desses blocos sairão preciosos bilhões de dólares que a ajudarão a “passar por 2013, um ano que será muito difícil”, como disse Graça em entrevista na terça-feira. Apesar do alarmante crescimento do endividamento e do fraco resultado do quarto trimestre, a Petrobras não reduziu o ritmo de investimentos. Pelo contrário, anunciou alta de 16%, para concluir projetos em curso. Serão R$ 97,7 bilhões neste ano.

Sem autorização do governo para reajustar combustíveis, e negando planos para uma nova capitalização, a venda dos ativos no exterior é uma alternativa citada pela presidente para gerar receita já com data marcada. Uma espécie de processo de leilão de blocos, anunciou Graça, se inicia em abril. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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