Mesmo depois de ter arrancado da China o compromisso de parcerias comerciais “mais qualificadas”, o Brasil não vai pedir ao país asiático uma correção de rota em relação aos direitos humanos. “Não vamos nos transformar num alto-falante permanente”, avisou Marco Aurélio Garcia, assessor da Presidência para Assuntos Internacionais. “O fato de termos uma tensão com esse tema não significa que vamos tratá-lo como questão obsessiva a todo momento.”

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O comunicado conjunto assinado por Brasil e China, anteontem, dedica ao assunto apenas uma menção protocolar, sem mencionar violações à liberdade de expressão. Diz a declaração que os dois países fortalecerão as consultas bilaterais em matéria de direitos humanos e “promoverão o intercâmbio de experiências e boas práticas”.

O tema não foi levantado nem mesmo ontem, durante conversa reservada da presidente Dilma Rousseff com o primeiro ministro da China, Wen Jiabao, conhecido por emitir opiniões mais avançadas sobre o assunto. O desaparecimento do artista plástico Ai Weiwei, detido no aeroporto ao embarcar para Hong Kong, também não foi tratado por Dilma no encontro com o presidente da China, Hu Jintao.

No mês passado, o Brasil votou em favor da condenação do Irã no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). Ex-guerrilheira, Dilma disse, na campanha eleitoral, que nunca deixaria de marcar posição contrária a prisões políticas e crimes de opinião. Agora, porém, uma manifestação mais clara na China, quando o País tenta ampliar parcerias comerciais, foi considerada “contraproducente” pelo Itamaraty. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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