A falta de resposta do diretório nacional do PSDB a uma interpelação protocolada no dia 17 de julho pelo vice-presidente do partido no Paraná, deputado estadual Hermas Brandão, está sendo interpretada pelos defensores da aliança como a pá de cal na tentativa do presidente estadual, Valdir Rossoni, de impugnar o acordo, aprovado na convenção. Ontem, o diretório nacional informou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que não se manifestou em relação à interpelação de Brandão, onde ele pedia que a direção confirmasse a validade ou não da resolução anulando a aliança. Em caso de não haver resposta à consulta sobre a vigência do acordo, a interpelação dispunha que Brandão considerava revogada a medida.
O advogado Guilherme Gonçalves disse que o entendimento da assessoria jurídica é que, ao não se manifestar sobre a interpelação no prazo de 48 horas, estabelecido no documento, o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati, admitiu que a resolução contra a aliança não tinha mais validade. ?Esta dúvida está dissipada?, disse Gonçalves.
A tese do PMDB se sustenta no fato de que no dia 17 de julho, Jereissati não tinha mais como sustentar o principal argumento contra a aliança, que era a falta de apoio do PMDB à candidatura de Geraldo Alckmin à presidência da República. Nessa data, o PMDB já tinha pedido ao TRE o registro da ata, em que indicava o apoio do partido ao representante tucano na sucessão presidencial. ?Como o motivo determinante não existia, foi dado como revogada a resolução?, disse o advogado.
A assessoria jurídica também alega que esvaziou um dos argumentos de Rossoni com os novos dados encaminhados ao TRE pelo diretório nacional. É que na ação de impugnação, Rossoni e os deputados federais Luiz Carlos Hauly e Gustavo Fruet dizem que não houve uma medida contestando a anulação por parte dos adeptos da aliança. ?O diretório reconheceu a interpelação do Hermas?, destacou Gonçalves.
Para os advogados da coligação Paraná Forte, o que está em julgamento agora é a legalidade da ata da convenção. Eles lembram que Rossoni coordenou o processo que reuniu os delegados do partido na sede em Curitiba e que resultou na aprovação da aliança por cinco votos de vantagem.