A direção do Democratas agendou para amanhã à tarde um encontro com o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, quando ele vai tentar justificar as imagens gravadas e os documentos recolhidos pela Operação Caixa de Pandora, com indícios de um esquema de mensalão no governo do DF. A investigação mostra a coleta e distribuição de propinas pela base aliada, mas Arruda, orientado pelos advogados, quer transformar tudo em um “crime eleitoral”. A investigação envolve, além do governador, pelo menos mais quatro secretários e quatro deputados distritais.
Apesar da estratégia do governador, a cúpula do DEM considera “letais” os vídeos em poder da PF, que foram gravados – sob orientação da PF e com autorização do Judiciário – pelo secretário demitido Durval Barbosa (Relações Institucionais). Dirigentes do DEM consideraram a explicação, de que o dinheiro seria para a compra de panetones para famílias carentes, “conversa pra boi dormir”.
“Eu disse a ele (Arruda) que precisamos de provas, fatos, argumentos. Não queremos versões. O partido é realista. O partido se curva aos fatos. Os fatos são devastadores”, afirmou o senador Demostenes Torres (DEM-GO). Na avaliação da direção do partido, a manutenção de Arruda no quadro partidário provoca um “desgaste brutal”, o que prejudica os planos de recuperação em 2010 do espaço perdido na política nos últimos anos.
Um dirigente do partido disse ao Estado que “não há alternativa” para o governador que não seja a desfiliação dos quadros do DEM. Senadores e deputados já sabem que os demais vídeos em poder do DF são igualmente “devastadores” para a imagem do governador e do partido. Arruda será pressionado a abandonar a sigla antes que seja aberto processo de sua expulsão da legenda.