Foto: Agência Brasil |
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Ex-ministro acha redução da Selic pequena e ?inaceitável?. |
O ex-deputado e ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, cassado pela Câmara Federal, se mostrou irritado ontem, em seu blog na internet, com a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, que reduziu ontem a taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual. ?Não dá para entender e nem para aceitar, porque é inaceitável. A sociedade tem que exigir a renúncia do presidente do Banco Central – fora Henrique Meirelles e abaixo o Copom?, diz Dirceu em um pequeno artigo.
E Dirceu prossegue em seu ataque ao presidente do Banco Central, salientando que ?nada justifica a decisão tomada pelo Comitê de Política Monetária do BC, que, por cinco votos a três, decidiu cortar a taxa básica de juros (a Selic) em apenas 0,25 ponto percentual, para 13% ao ano?. E arremata: ?É ideologia pura, política pura. Parece até molecagem, só para afirmar a autoridade – não do BC, mas dos seus diretores?.
Para fundamentar sua posição contrária à redução de 0,25 ponto porcentual da taxa Selic, José Dirceu disse que ?nada ameaça a inflação, que está abaixo da meta; a capacidade instalada da indústria tem folga, não há pressão de demanda; e a situação externa é ótima. Logo, tudo cheira a uma pequenez, uma mesquinharia com o Brasil e um ataque frontal ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Com a palavra, o presidente Lula?.
O ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, disse que o governo não comenta a declaração do ex-ministro José Dirceu por considerar contrária ao crescimento da economia. ?Essa é uma opinião do José Dirceu. No governo, não há nenhum comentário sobre isso?, afirmou o ministro Genro.
Genro disse que a decisão do Copom ?não se contrapõe? ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da economia. O Copom reduziu ontem a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, interrompendo uma seqüência de quedas de 0,50 ponto. ?O presidente (da República) confere autonomia técnica ao Banco Central e respeita essa autonomia. É óbvio que grande parte da sociedade brasileira esperava uma taxa de juros ainda mais reduzida?, afirmou Tarso Genro, em entrevista no Palácio do Planalto.
Ele acrescentou que ?o presidente não politizou essa questão?. Na avaliação de Genro, a decisão do Copom não reverte a expectativa de crescimento (da economia) por parte do governo e da sociedade. ?Até podemos achar que (o crescimento) será em ritmo menor, porque a sociedade brasileira esperava um declínio maior da taxa de juros?, disse Genro.
