Sem revelar o seu preferido para disputar a Prefeitura de São Paulo em 2012, o ex-ministro da Casa Civil e deputado federal cassado José Dirceu disse hoje que o PT deve restringir a lista de pré-candidatos ao ministro da Educação Fernando Haddad e à senadora Marta Suplicy. Em palestra para sindicalistas na Força Sindical, em São Paulo, Dirceu defendeu a renovação, mas não acredita na possibilidade de um acordo que evite as prévias em novembro. “Se fosse simples assim já teríamos resolvido. Nós conhecemos a Marta, ela não vai retirar o nome dela”, prevê.

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Embora não tenha participado da reunião da corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), que definiu apoio ao ministro da Educação, Dirceu disse que sua presença era desnecessária porque todos já conheciam sua opinião. “Preferência eu tenho, mas eu me reservo ao direito de votar na prévia”, afirmou. Segundo o ex-ministro, a opinião de Lula também “conta muito” na escolha do candidato.

O cacique petista pregou o diálogo entre os partidos aliados já no primeiro turno para aumentar as chances de vitória na capital. “É muito importante voltarmos a governar São Paulo”, apelou.

Ao analisar o cenário político na cidade, Dirceu até cogitou o apoio do governador Geraldo Alckmin ao peemedebista Gabriel Chalita “para dar o troco” aos aliados do ex-governador José Serra. Na última disputa municipal, Serra apoiou a reeleição de Gilberto Kassab (então do DEM).

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“Che Guevara” brasileiro

Durante o evento, José Dirceu só ouviu elogios dos sindicalistas. “O Zé é uma espécie de Che Guevara brasileiro”, disse Paulinho ao citar a participação do ex-ministro na luta pela redemocratização do País. “Muitas vezes a gente se inspira em você”, emendou.

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Paulinho recebeu o ex-ministro com um café da manhã na sede da entidade e admitiu aos sindicalistas que recorre com frequência ao petista para aprovar ou derrubar um projeto na Câmara dos Deputados. “O Zé é um dos que eu mais procuro. Quero continuar contando com seu apoio e influência no Congresso”, afirmou. Paulinho revelou que não é o único a pedir o apoio do ex-ministro. “Vejo a quantidade de gente poderosa que vai na casa dele”, contou.

O poder do ex-ministro ficou claro quando seu celular tocou no meio do discurso e ele atendeu: era o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva perguntando se ele o acompanharia à França na próxima semana, onde receberá o título de Doutor Honoris Causa do Instituto de Estudos Políticos de Paris.