A presidente Dilma Roussef foi a mais votada neste domingo (5) pelos eleitores brasileiros registrados no consulado geral do Brasil na capital argentina, obtendo 949 votos, isto é, 38,62% do total, incluindo brancos e nulos. A segunda candidatura mais votada foi a de Aécio Neves, com 890 votos (36,22%), enquanto que Marina Silva ficou em terceiro com 383 votos (15,58%). Luciana Genro conseguiu 56 votos. O candidato Eduardo Jorge teve 35 votos; José Maria de Almeida, 18; José Levy Fidelix 10; Pastor Everaldo 5; José Maria, Emael 2; Mauro Iasi, 2 e Ruy Costa Pimenta, 2. Sessenta e cinco eleitores optaram pelo voto em branco, enquanto que 58 anularam.

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Do total de 5.387 pessoas registradas em Buenos Aires, compareceram às urnas 2.475 brasileiros.

A jornada transcorreu calmamente no centro de votação instalado no Centro Cultural Brasil-Argentina no bairro portenho de Monserrat. O único incidente foi provocado por um brasileiro que passou pelo edifício da Embaixada do Brasil, no bairro de Retiro, acreditando que ali era o lugar de votação. Ao ver que esse era o lugar errado, pegou um táxi e foi até o Centro Cultural. Ali, com postura agressiva, começou a exigir – aos gritos – que os agentes consulares reembolsassem o gasto do táxi (30 pesos, o equivalente a US$ 3,50). O eleitor, que perturbava o andamento da votação, teve que ser removido do lugar.

Bolo e Brigadeiro

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O brasileiro Tulio Pires Bragança declarou ao Estado que o “cardápio” de candidatos presidenciais complicou sua decisão: “foi difícil encontrar um que representasse minhas ideias”. No entanto, afirmou que votou no candidato Eduardo Jorge. “Mesmo sabendo que não ganha, acho importante expressar meu voto nas ideias dele”, explicou.

Bragança lamentou que os brasileiros no exterior não podem votar para os restantes cargos, de governador, senador e deputados estadual e federal. “Seria ótimo poder votar nesses outros cargos e expressar melhor a cidadania. Mas, na festa da democracia no exterior, a gente só pode comer o bolo…não deixam a gente aproveitar as coxinhas e os brigadeiros…”.

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O brasileiro indicou que a comunidade brasileira em Buenos Aires “está bem polarizada para a esquerda, com um sentimento forte anti PSDB. Mas, como não estamos presentes no dia a dia do Brasil, por morar em Buenos Aires acabamos mais vendo os sucessos do que os fracassos da política. Sempre que visito o Brasil ouço muitas críticas sobre o governo Dilma. Mas eu vejo que a coisa está melhor no Brasil. Se bem que, comparando com a realidade argentina, que é sempre pior que a brasileira, fica fácil achar que o governo brasileiro está bem, pois nada consegue ser tão ruim como os desmandos de Cristina Kirchner (presidente da Argentina)”.

A brasileira Paula Haefeli justificará seu voto porque não transferiu seu título de eleitor para a Argentina. “Quando pensei em transferi-lo, já havia passado a data limite e acabei tendo que me resignar em não votar. Esqueci mesmo, apesar de ter acompanhado de perto toda a movimentação no Brasil”, disse.

Paula contou que até o início dos debates, estava mais propensa a votar na presidente Dilma Rousseff. “Mas se eu pudesse votar neste domingo (5), votaria na Luciana Genro por toda a questão dos direitos humanos que só ela chegou a pautar na campanha”, afirmou.