A presidente da República, Dilma Rousseff, afirmou nesta sexta-feira, 22, na capital gaúcha que o Brasil não vive uma trajetória de degradação do emprego e que existe uso eleitoral dos processos naturais de flutuação da economia. “Agora uma coisa interessante é que quando é para cima, ninguém anuncia muito, não. Quando a inflação começou a cair, eu não vi na primeira página do jornal”, disse.
Dilma afirmou que o Brasil ainda sofre as consequências da crise econômica internacional, mas disse que elas não recaíram nem sobre o emprego nem sobre os salários. Ela lembrou que, em sua gestão, foram criados 5,4 milhões de postos de trabalho e criticou “eles”, da oposição, que, de acordo com a presidente, defendem o combate à crise por meio do “tarifaço”, da elevação de impostos, do aumento do desemprego e do arrocho salarial. “Nós não enfrentamos a crise pelo método tradicional”, disse.
Respondendo à pergunta de um jornalista, a candidata à reeleição também afirmou que não acabará com o fator previdenciário em um possível segundo mandato e que, por enquanto, não avaliou a questão. Segundo ela, qualquer mudança nesse sentido tem que levar em conta o envelhecimento da população brasileira.
“Acho que quem diz que vai acabar com o fator previdenciário tem que explicar como é que paga. Todo mundo, para ser presidente da República, tem a obrigação de explicar para a população que não está fazendo demagogia. Se acabar (com fator previdenciário), como é que paga, como fica a conta pública”, afirmou. “O que é impossível é você falar ‘vou reduzir a meta de inflação’ e não explicar o que faz com os programas sociais. Porque alguém que fala para você que vai reduzir a meta da inflação, no dia seguinte tem que cortar programa social. A equação simplesmente não fecha.”
À noite, Dilma participa de comício do PT na capital gaúcha. Ela dorme na cidade e, neste sábado, 23, cumpre agenda de campanha no Rio Grande do Sul.