A 12 dias do primeiro turno, a presidente Dilma Rousseff vai intensificar sua agenda de rua e rechear seu programa de TV com gravações de comícios e carreatas. O objetivo é usar a última semana da campanha para passar ao eleitorado a imagem de uma governante que não está “encastelada” em Brasília e que é uma candidata próxima do povo.

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Estrategistas da campanha da petista afirmaram que é preciso criar um ambiente com mais “emoção” na reta final do pleito, de modo a impulsionar o eleitorado e garantir apoios de última hora. Além do mais, a ação serve para fazer um contraponto à ex-ministra Marina Silva (PSB), principal adversária de Dilma e que nas pesquisas qualitativas encomendadas pelo PT é identificada pela população como alguém simples, “gente como a gente”.

A agenda de rua será reforçada a partir do retorno da presidente de Nova York, onde ela abre amanhã a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Na quinta-feira, 25, Dilma participa pela manhã de uma caminhada em Feira de Santana, na Bahia. Na noite do mesmo dia, haverá um comício em Ceilândia (DF) com a presença do principal cabo eleitoral da petista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na sexta-feira, 26, o mais provável é que Dilma marque presença, em São Paulo, em uma mobilização das centrais sindicais pela defesa de direitos trabalhistas batizada de “Nem que a vaca tussa”. Está agendado ainda um comício em Porto Alegre no sábado e a última semana da campanha será totalmente voltada para agendas de massa nos três maiores colégios eleitorais do País: Rio de Janeiro, Minas e Gerais e São Paulo. Com isso, a equipe do marqueteiro João Santana terá farto material para preencher as duas últimas inserções de Dilma no horário eleitoral, que vão ao ar na terça e na quinta-feira da semana que vem.

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A propaganda de Dilma no horário eleitoral gratuito já está explorando atos políticos em que ela está em contato direto com o povo. Na peça veiculada nesta tarde, por exemplo, a presidente aparece no meio de uma multidão e depois em duas visitas feitas a famílias contempladas com apartamentos do programa “Minha Casa, Minha Vida”. Foram usadas ainda tomadas de Dilma cumprimentando e distribuindo beijos em um ato promovido por centrais sindicais e, em seguida, os marqueteiros selecionaram imagens da presidente em uma caminhada em Campinas (SP), ao lado de Lula.

Apesar do tom mais emocional, Dilma não deve abandonar o confronto direto com Marina, que está em segundo lugar nos levantamentos de intenção de voto. O diagnóstico do comando da campanha da petista é que os ataques à ex-ministra e especialmente contra o programa de governo do PSB surtiram efeito e foram fundamentais para abrir uma vantagem em favor da petista nas sondagens para o primeiro turno. O objetivo do PT é destacar as “contradições” de Marina e lançar dúvidas sobre sua capacidade de governar, aumentando a rejeição da ex-ministra.

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O diagnóstico do governo é que Marina “errou muito” e não soube responder às críticas. “A Marina adotou a tática de se vitimizar e isso passou fragilidade”, afirma uma fonte graduada do comitê de Dilma.