No encontro com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o governador Roberto Requião (PMDB) apresentou as principais demandas do Estado e recebeu da ministra a palavra de que elas serão analisados pelo Governo Federal. A questão considerada prioritária pelo governo do Estado, que se refere aos títulos públicos transferidos ao governo do Paraná na liquidação do Banestado, segundo Dilma, ainda precisa ser estudada. ?Ainda não temos uma avaliação conclusiva. Vamos analisar e trazer uma posição?, disse a ministra.
Segundo a ministra, há questões que são mais fáceis de resolver – como a que envolve investimentos federais para a construção da Usina Hidrelétrica de Mauá – mas outros assuntos como o dos títulos são mais complexos. A transferência dos títulos públicos ao governo do Paraná resultou numa dívida de cerca de R$ 1 bilhão com o Banco Itaú. Dilma veio de Brasília acompanhada do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. No início do ano passado, o próprio Paulo Bernardo tinha sido encarregado pelo presidente Luiz Inácio da Silva para tratar da disputa entre o Estado do Paraná e o Banco Itaú. Na época, Paulo Bernardo disse que iria resolver o impasse de forma técnica.
Segundo o Palácio Iguaçu, o governo vai buscar na Justiça uma declaração de nulidade dos títulos dos Estados de Alagoas, Santa Catarina e dos municípios paulistas de Guarulhos e Osasco, comprados em 2000 no processo de privatização do Banestado, por R$ 456 milhões. Conforme o Palácio, Dilma acredita que essa é uma saída mais viável e que a União aceitaria a decisão judicial.
A conversa sobre a questão dos títulos podres deixou o governador otimista. ?A reunião foi excepcional. Estamos com um afinamento completo com o governo federal para resolver o impasse com o Banco Itaú deixado pelo governo Lerner?, afirmou Requião. O procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, lembrou que o governo de Alagoas decretou a nulidade dos títulos e o Tribunal de Justiça do Paraná já entendeu que o Estado não deve pagar as dívidas, porque os papéis não têm valor de mercado.
Usina e Porto
Dilma garantiu que o governo federal irá contribuir com investimentos do BNDES para a construção da hidrelétrica de Mauá. ?Até porque temos interesse no projeto. A Eletrosul, que é do governo federal, participa do projeto?, disse a ministra, lembrando que a empresa é sócia da Copel no empreendimento. De acordo com o Palácio Iguaçu, a expectativa é que o BNDES participe com 70% do empreendimento, orçado em R$ 955 milhões.
No início da tarde de ontem, a ministra visitou também o Porto de Paranaguá. Segundo ela, o governo federal está interessado no modelo de gestão do porto. ?Para o Brasil, é interessante possuir portos públicos e privados, desde que sejam eficientes?, afirmou.