Na tentativa de mostrar que o governo não está paralisado pela crise envolvendo o Ministério dos Transportes, a presidente Dilma Rousseff encomendou à equipe um pacote de anúncios para criar agenda positiva. Dilma vai lançar versões regionais do plano batizado como Brasil Sem Miséria, em viagens pelo Nordeste, e também pediu à ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que apresse um novo balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

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Depois da revelação de que o Ministério dos Transportes superfaturava obras em rodovias federais, previstas no PAC, Dilma exigiu outra prestação de contas do programa, que deve ocorrer até o início de agosto. As denúncias de que o esquema de fraudes nos Transportes abastecia o caixa do PR derrubaram o ministro Alfredo Nascimento e mais seis secretários e diretores da pasta e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

As demissões, porém, estão longe de acabar. Em conversada reservada com o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, Dilma disse a ele, ontem, que novos nomes do setor devem ser anunciados no máximo até a semana que vem.

A ideia da presidente é aproveitar agora o recesso parlamentar para bater na tecla de que a crise é “página virada” e que ela está preocupada com a gestão do governo. Cinco reuniões sobre investimentos do PAC estão marcadas para esta semana. Na tarde de ontem, Dilma se encontrou com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e tratou dos investimentos em recursos hídricos e irrigação. Hoje, o foco serão as ferrovias.

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Levantamentos de opinião pública em poder do governo indicam que Dilma passou a imagem de “firmeza” ao demitir rapidamente acusados de corrupção nos transportes. Em conversas com auxiliares, no entanto, ela disse que faz questão de mostrar que o PAC não foi “contaminado” por superfaturamentos de obras.

Orientada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma vai pôr o pé na estrada para bater o bumbo sobre o plano de erradicação da pobreza. Ela também concederá mais entrevistas a rádios e emissoras de TV do interior. No diagnóstico de Lula e da presidente, a mídia regional pode ter mais influência sobre a população carente do que os grandes veículos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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