Em mais uma tentativa de se aproximar dos assuntos ligados ao Meio Ambiente, a ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata petista ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, anunciou hoje, ao lado do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o compromisso brasileiro para a redução da emissão de gases causadores do estufa, entre 36% e 39%, que será levado à Conferência de Copenhague, em dezembro. O plano pareceu ter sido ensaiado: em diversas ocasiões, Dilma sorriu para Minc e tentou mostrar domínio dos temas ambientais. Ao deixar a coletiva, para acompanhar o presidente Lula em viagem à Europa, Dilma se despediu de Minc com um beijo no rosto.

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Mas o descompasso entre os ministros ficou claro em diversas ocasiões. Por mais de uma vez, Minc sussurrou ao ouvido da ministra complementos às perguntas feitas pelos jornalistas sobre a proposta brasileira. Com seu jeito despojado, o ministro interrompeu por mais de uma vez a fala da ministra para acrescentar informações e esclarecer dúvidas mais técnicas, relacionadas à sua pasta. Dilma se segurou para não demonstrar contrariedade, mas deu sinais de que não gostou das interrupções.

Estratégia

A tentativa de familiarizar a ministra com temas relacionados ao Meio Ambiente faz parte da estratégia do Planalto de fortalecer Dilma, que será posta à prova sobre o assunto nas eleições de 2010 – durante os debates com a ex-ministra do Meio Ambiente e senadora, Marina Silva (PV-AC).

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Dilma e Marina já entraram em conflito por diversas vezes durante o governo federal, principalmente em relação à demora na liberação de licenças ambientais em obras de infraestrutura pelo Ibama, especialmente no caso das usinas que estão sendo construídas no Rio Madeira. Uma das brigas em relação ao projeto culminou na saída de Marina da pasta. Desde então, Dilma é tachada como alguém que prioriza o desenvolvimento sem levar em conta os impactos ambientais.