Para amenizar a frustração da militância, que confiava na vitória de Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno, seu desempenho nas urnas será comparado ao de Indira Gandhi, ex-chefe de governo da Índia que governou por mais de dez anos e foi considerada uma das mulheres mais influentes do mundo. A sugestão partiu do presidente do PT e coordenador da campanha de Dilma, José Eduardo Dutra, e poderá entrar no horário eleitoral.

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“Dilma só não entra para a história da humanidade como a mulher mais votada de todos os tempos por causa de Indira Gandhi. Mas, certamente, é a mais votada da América Latina”, afirmou Dutra. Ele sugeriu ao marqueteiro João Santana que use a comparação amanhã, na reestreia de Dilma no horário eleitoral. Santana ficou de levantar o total exato de votos de Indira e avaliar o uso da informação no programa.

Indira Gandhi reelegeu-se primeira-ministra em 1971 com maioria esmagadora de votos após uma eleição acirrada. Na América Latina, o desempenho eleitoral de Dilma compara-se ao da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que se elegeu em 2007 com cerca de oito milhões de votos. O número equivale a 45% do total do eleitorado, índice suficiente para elegê-la, conforme a lei eleitoral argentina.

No Brasil, Dilma obteve 46,9% dos votos no primeiro turno, correspondentes a mais de 47 milhões de votos. Precisaria de 50% do total, mais um voto, para evitar o segundo turno.

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Aliados

Já ficou definido, contudo, que o programa da reestreia de Dilma no horário eleitoral trará um balanço positivo da primeira fase das eleições. Mencionando ou não Indira Gandhi, o programa vai exaltar o desempenho de Dilma nas urnas, mostrando que, em sua primeira eleição, ela atingiu os mesmos patamares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – um veterano das corridas presidenciais – nas eleições de 2002 e 2006. “Ela superou todas as expectativas”, disse o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

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Também será a estreia dos aliados, que nunca apareceram no horário eleitoral. Candidato a vice na chapa de Dilma, o presidente do PMDB, Michel Temer, já gravou participação na propaganda eleitoral. Santana também gravou depoimentos de governadores e senadores eleitos dos diversos partidos da coligação (PMDB, PSB, PR, PDT) em apoio a Dilma.

“Até então era uma campanha de estúdio, fechada, para apresentar a Dilma, mostrar que ela é capaz, preparada, conhece a máquina pública”, justifica um aliado peemedebista. Segundo ele, agora chegou a vez de mostrar campanha de rua, corpo a corpo com eleitores e os aliados, “porque ninguém governa sozinho”, completou.