Ao participar da inauguração de uma hidrelétrica no Rio Tocantins, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, seguiu à risca as receitas de discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em sua fala, ela lembrou o apagão elétrico no governo Fernando Henrique Cardoso, chamou os convidados da festa de “companheiros” e “companheiras” em vez de “senhores” e “senhoras”, como costumava dizer, e reclamou, sem citar nomes, das análises e críticas dos adversários.

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No palco, Lula e sua candidata para a disputa de 2010 trocaram olhares e conversaram por longo tempo ao pé do ouvido. “Enfrentamos uma insegurança no abastecimento de energia elétrica, que prejudicava a vida de todos nós, que foi o apagão de 2001”, disse a ministra, repetindo um tradicional discurso do presidente de crítica ao governo FHC.

Dilma afirmou que o atual governo definiu como diretrizes do setor de energia a redução do preço das tarifas, a segurança no abastecimento, a competição entre as empresas e a definição de um novo marco regulatório. “Foi esse modelo que viabilizou a construção da usina de São Salvador”, afirmou. “Antes, se licitava energia sem licença prévia, por exemplo, era papel puro”, disse.

Construída em 32 meses e prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a usina foi inaugurada um ano antes do previsto. Dilma, coordenadora do PAC, aproveitou para ressaltar a antecipação do término da obra. “O PAC fez com que São Salvador saísse do papel”, disse. “Nós fornecemos crédito de 20 anos, taxa de juros adequada e prazo de carência.”

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Geddel

Quem também acompanhou Lula na viagem a Tocantins foi o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, que nesta semana se colocou como um dos nomes do PMDB para compor como vice a chapa de Dilma à Presidência. Questionado se os dois poderiam compor uma chapa, Lula desconversou. “Primeiro, não sou eu que escolho. Segundo, não é o momento de escolher”, afirmou. “Quando chegar o momento certo eu terei imenso prazer em dizer.” Ainda hoje, Dilma e Geddel estarão em Salgueiro, no semi-árido pernambucano, para visitar canteiro de obras do projeto de transposição do Rio São Francisco.

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