A presidente Dilma Rousseff afirmou há pouco que a vida no espaço urbano não pode ser estruturada pelo transporte privado. “Não pode ser o transporte privado que estruture a vida no espaço urbano”, comentou, durante cerimônia que marcou o início de operação do Projeto Aeromóvel, em Porto Alegre (RS). “O transporte coletivo de massa é para todas as classes sociais e tem por objetivo viabilizar os espaços urbanos, sem o que não teremos algo que não seja crise urbana nas cidades”, afirmou.
“O Brasil teve uma fase em que o transporte privado ocupou um papel muito importante no imaginário das pessoas. A melhoria de renda significava o acesso ao transporte individual. Isso não tem nada demais desde que todos os agentes públicos se preocupem com o transporte de massa”, completou.
A presidente ressaltou que, desde 2011, o governo federal investe em transporte pelo programa Mobilidade Urbana, com prioridade para os chamados grandes centros urbanos. De acordo com Dilma, até uma parte dos anos 90, o metrô foi considerado “uma alternativa incompatível com a renda do País”. “O que é uma verdadeira sandice. É impossível cidades com a proporção populacional que nós temos sem metrô, não é consistente”, criticou.
“Temos todo o interesse em construir e viabilizar projetos de mobilidade no transporte público”, reiterou a presidente.
Ela mencionou o investimento de R$ 89 bilhões em projetos de metrô, de VLT, de BRT e no Projeto Aeromóvel. “Agora serão completados com mais R$ 50 bilhões. Desses, estamos em discussão com o prefeito Fortunati para complementação do metro de Porto Alegre”, disse Dilma.
O Aeromóvel, segundo a presidente, é uma “ótima solução” para conexões entre modais. “Ele é estratégico para isso, que é algo com o que temos sistematicamente nos preocupado, porque a conexão é que é a alma da coisa.”
“A articulação entre os modais é que dá ao sistema público de transporte aquilo que é atração dele no resto do mundo: é mais rápido de chegar, mais seguro de chegar. E o carro privado fica para os momentos de lazer e não uso sistemático”, disse.
Mercado de Porto Alegre
Dilma falou sobre o incêndio que atingiu o prédio do Mercado Público de Porto Alegre, em julho, e anunciou que serão usados recursos do PAC Cidades Históricas para reconstruir o mercado. “O mercado público é um dado do patrimônio histórico e, por isso, vamos usar os recursos do PAC cidades históricas para essa reconstrução. Vamos destinar R$ 19,5 milhões”, anunciou Dilma.