A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse hoje que vê com otimismo a tendência de crescimento de sua candidatura, confirmada pelos resultados da pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje, na qual aparece com 41,6% das intenções de voto, 10 pontos porcentuais à frente de seu principal adversário, o tucano José Serra, com 31,6%. Ela afirmou, porém, acreditar que a pesquisa é um diagnóstico do momento e disse não ser possível prever o que vai acontecer no dia 3 de outubro apenas com bases nesse tipo de levantamento.
“Acho que temos que ter muita cautela. Isso não autoriza ninguém da minha campanha a subir no salto ou entrar no oba-oba de quem já ganhou”, disse ela, em entrevista à imprensa concedida no Hotel Tivoli Mofarrej, na capital paulista. “Se acharmos que a pesquisa é definitiva ou reflete mais do que o estado, a temperatura e a pressão do dia, não vamos ter a atitude correta e vamos perder a humildade necessária. Como tendência de crescimento, obviamente olhamos com otimismo”, declarou.
Questionada sobre a possibilidade de vencer a eleição ainda no primeiro turno, Dilma voltou a fazer referência ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que liderava as pesquisas de intenção de voto durante as eleições para a Prefeitura de São Paulo em 1985, posou para fotos sentado na cadeira do prefeito e acabou perdendo as eleições para Jânio Quadros. Sem citar o nome de FHC, ela disse que “todo mundo que antecipou e sentou na cadeira antes teve efeitos muito negativos. Acho que a soberba e a autossuficiência nunca é premiada”.
“Não acho bom para a minha campanha que a gente fique colocando essa questão de ganhar ou não no primeiro turno. Acho que é importante a gente respeitar as condições em que a eleição se dá no Brasil e ter uma atitude de respeito com o eleitor”, afirmou.
Dilma concedeu a entrevista horas antes de participar do debate promovido pela TV Bandeirantes, a partir das 22 horas, em São Paulo. Ela disse estar confiante e afirmou ter as melhores expectativas em relação ao debate. “Estou muito confiante de que vamos ter um debate excelente e que as propostas vão ser feitas”, afirmou.
Dilma disse que conciliar a agenda da campanha com as gravações para a propaganda eleitoral gratuita, que começa no dia 17 de agosto, será um “turbilhão”, mas que será uma tarefa menos exaustiva que a chefia da Casa Civil. “A gente é obrigado a fazer de um tudo”, disse, ressaltando o sotaque mineiro.