O governo brasileiro considerou nesta segunda-feira encerrado o processo eleitoral na Venezuela e oficial o resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral que deu a vitória a Nicolas Maduro. Apesar do resultado apertado e dos questionamentos feitos pela oposição, que pede a recontagem de votos, o Brasil adotou a posição declarada ainda no domingo pela missão de acompanhamento eleitoral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), que considerou o processo válido, democrático e transparente.
O governo brasileiro teria sido avisado ainda na noite de domingo, antes da declaração oficial, sobre a vitória apertada de Maduro. Nesta segunda, a presidente Dilma Rousseff conversou com o venezuelano e garantiu que o Brasil não tem dúvidas sobre o resultado da eleição.
Dilma, segundo a nota, manifestou “sua satisfação com o clima de normalidade” da votação e disse “estar pronta a trabalhar com o novo governo venezuelano”. Segundo a assessoria do Planalto, Maduro agradeceu o telefonema de Dilma e afirmou ter-se tratado de uma “disputa acirrada, que demonstrou a vitalidade das instituições e da democracia venezuelana, com alto grau de participação do eleitorado”. Dilma fez questão de “felicitá-lo pela vitória nas eleições presidenciais de domingo”.
O mesmo posicionamento de Dilma foi declarado por Patriota, ao sair de um encontro com o chanceler da Guatemala, Luis Fernando Carrera Castro. O ministro lembrou que o Conselho anunciou o resultado quando já estavam apurados 99,12% dos votos. “O Conselho quando dá um resultado eleitoral é porque o considera irreversível”, afirmou. “Antes de mais nada, a eleição de ontem é uma vitória da democracia. Em nossa região, consideramos a plena vigência da democracia como um ingrediente essencial à integração regional e o aprofundamento das relações entre o Brasil e os países vizinhos”, completou.
Patriota ressaltou a declaração do chefe da missão de acompanhamento eleitoral da Unasul, o argentino Chacho Alvarez, que “parabenizou o povo venezuelano pelo espírito democrático demonstrado na disputa eleitoral de ontem e disse que os resultados devem ser respeitados por emanar da autoridade máxima eleitoral venezuelana”. De acordo com o ministro, o Mercosul deverá soltar um comunicado nos mesmos termos.
“A Venezuela é um país membro do Mercosul, nosso parceiro, e a expectativa não poderia deixar de ser outra se não a de prosseguirmos com um caminho de relações cada vez maias estreitas e profundas. Felicito o presidente Maduro pela sua vitória e reafirmamos nossa posição de seguirmos trabalhando muito estreitamente”, afirmou o ministro. (colaborou Tânia Monteiro)