A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, rebateu nesta tarde as acusações de suposto esquema de favorecimento envolvendo a Petrobras e seu ex-assessor Ibanês César Cássel, veiculadas em reportagem do jornal O Globo. “Aquela matéria é ridícula”, criticou a candidata, durante entrevista coletiva concedida em Brasília.
Dilma enfatizou que “ter uma empresa e participar do governo não é crime, nunca foi”. Ela recorreu a exemplos como os dos ex-ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – Roberto Rodrigues, da Agricultura, e Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio – que são empresários e exerceram o cargo sem nunca sofrerem questionamentos da imprensa.
Segundo a reportagem de O Globo, o diretor de Gestão Corporativa da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Ibanês Cássel, mantém, por meio de sua empresa – a Capacità Eventos Ltda., sediada em Porto Alegre – contratos de prestação de serviço com a Petrobras, no valor global de R$ 538 mil. Ele assumiu o cargo em 2005, a convite de Dilma.
Ex-presidente do Conselho de Administração da Petrobras, a presidenciável do PT evitou comentar a desvalorização da empresa, decorrente de intensa boataria entre operadores do mercado financeiro e relatórios bancários desfavoráveis. “Se ocorreu queda, é um ajuste. Não sei, não sou do mercado”, afirmou, sem concluir o raciocínio.
Entretanto, a candidata pediu cautela com as informações que circulam sobre estatais, especialmente a Petrobras, no período eleitoral. “É preciso ter cuidado com as especulações contra a maior empresa do País. Não é possível jogar sistematicamente contra a maior empresa do Brasil”, advertiu.
Dilma voltou a afirmar que a discussão sobre o aborto, que domina a campanha, é legítima e necessária. Mas ponderou que não pode se transformar no “centro do debate eleitoral”. “Não dá para conviver num clima de conflito, de ódio religioso. Esse País sempre conviveu com a liberdade e a diversidade religiosa”, lembrou.
Dilma visitou na tarde de hoje a “Casa de Ismael”, em Brasília, uma instituição beneficente que acolhe mais de cem crianças, todas vítimas de abandono familiar. Ela reafirmou seu compromisso de construir seis mil creches no País e prometeu fazer convênios entre o governo federal e instituições como a Casa de Ismael, privadas ou sem fins lucrativos, para ampliar o espectro de proteção das crianças e adolescentes brasileiros.