VALORIZAÇÃO

Dilma encara o Congresso para aprovar o mínimo

A votação do projeto de lei que fixa o salário mínimo em R$ 545 nesta quarta-feira (16), a partir das 13h, na Câmara dos Deputados vai funcionar como o primeiro teste para o governo demarcar o tamanho da base aliada na Casa. O mapeamento dos votos dos deputados deve ser usado, inclusive, como critério no loteamento político dos cargos de 2.º e 3.º escalões.

O governo propõe o novo salário de R$ 545 e estabelece uma política de valorização até 2014, com base nos mesmos critérios previstos atualmente: a variação da inflação do ano anterior mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores.

Na mesma sessão, os deputados devem analisar duas emendas: uma do PSDB e outra do DEM. A primeira defende o mínimo de R$ 600 e a segunda um aumento para R$ 560. O novo mínimo terá vigência a partir do primeiro dia do mês seguinte ao da publicação da lei.

Manifestação

Trabalhadores e sindicalistas fazem manifestação quarta-feira, desde ass9h, em frente ao Congresso Nacional, em defesa de um reajuste maior para o salário mínimo. Também nesta quarta-feira, na Esplanada dos Ministérios, servidores federais de todo o País participam do lançamento nacional da campanha salarial da categoria em 2011. Um dos principais eixos da campanha é a mudança da data-base para 1.º de maio.

As centrais sindicais, em especial a Força Sindical, defendem um aumento para R$ 560, com o apoio de parte da oposição e da base aliada. O PSDB aposta num mínimo de R$ 600. Entre os aliados que preocupam o governo está o PDT.

Pressão

Pressionado pelo governo federal, o PDT iria reunir sua bancada nesta quarta-feira para definir a posição oficial do partido na questão do salário mínimo. Apesar de a legenda ter sido a primeira a propor o valor de R$ 560, a tendência é de liberação da bancada para a votação nesta tarde. O governo enquadrou o presidente do partido e ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e ele vem procurando deputados para pedir votos para a proposta do governo de um mínimo de R$ 545. Aliados afirmam que, se o PDT não encampar a posição do governo, seria justo Lupi perder o cargo que ocupa na administração federal.

Diante da pressão, o partido deve abandonar, pelo menos institucionalmente, a defesa do valor de R$ 560. A decisão de liberar a bancada enfraquece o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, que é um dos articuladores do valor maior. Com a bancada liberada, o PDT deve dar alguns dos seus 27 votos para a proposta de R$ 545. A reunião acontece na liderança do PDT na Câmara, onde uma bandeira da Força Sindical foi afixada defendendo o valor de R$ 560.

Também na terça-feira, ministros com filiação partidária iniciaram uma grande mobilização com as respectivas bancadas por determinação de Dilma. O governo avalia que, se na primeira votação importante flexibilizar nas negociações e sair enfraquecido, perderá autoridade e ficará refém do Congresso Nacional pelos próximos quatro anos. Por isso, a ordem é demarcar autoridade.

Num acordo com os líderes na Câmara, com aval do Planalto, foi decidido que a votação será nominal. Isso porque os líderes governistas desejam o registro de cada um dos deputados para saber quem apoia o governo e quem preferiu dar o troco ou jogar para a plateia numa matéria considerada fundamental.

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