Em seu último debate no primeiro turno das eleições presidenciais de 2010, os quatro primeiros colocados na corrida eleitoral protagonizaram um confronto morno, encerrado na madrugada de hoje, na Rede Globo de Televisão. Aborto, caso Erenice e quebra de sigilo fiscal foram temas evitados pelos presidenciáveis.
Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) evitaram perguntas diretas um ao outro – a petista, curiosamente, pouco citou nominalmente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atitude seguida também pelos demais concorrentes.
Marina Silva (PV), diferentemente do embate na Rede Record, foi menos incisiva. Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) tentou repetir suas tiradas irônicas e cobranças aos adversários. E defendeu a suspensão do pagamento da dívida externa.
Dilma manteve a postura de em quase todas as suas intervenções elogiar o governo federal. Logo no primeiro bloco, questionada por Marina sobre a informalidade dos trabalhadores, disse que uma das grandes conquistas do governo do presidente Lula foi a formalização.
Um momento de tensão no debate aconteceu quando Marina questionou Serra por causa de críticas feitas no passado pelo PSDB e pelo DEM aos programas sociais do governo federal, como o Bolsa-Família. Ela perguntou ao tucano se fazia autocrítica dessa postura.
“Marina, não use sua régua para medir os outros”, disse Serra, irrigado. “Se fosse usar, eu diria que você e a Dilma têm muitas coisas parecidas. Como a Dilma, você foi ministra do governo, inclusive no mensalão.”