Futuros rivais na corrida presidencial, a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra têm uma circunstância que os une: os dois estão à procura de um tesoureiro para seus comitês eleitorais, com perfil de arrecadador discreto, que não lhes crie problemas nem levante suspeitas.
A coordenação política da campanha de Serra já é informalmente exercida pelo presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), mas os tucanos dizem não ter pressa de escalar a equipe. A indicação do tesoureiro estava quase fechada há dois meses, mas voltou à estaca zero. O grupo mais próximo do candidato gostaria de repetir a escolha de Márcio Fortes, caixa da campanha tucana de 2002, mas foi atropelado na montagem do palanque do Rio, terceiro colégio eleitoral. Sem alternativa de candidatura própria para lançar na briga pela sucessão fluminense, Fortes virou candidato a vice na chapa do deputado Fernando Gabeira (PV).
As idas e vindas na indicação do tesoureiro, porém, tiveram sabor mais amargo no PT. Os problemas começaram no mês passado, quando o PT escolheu João Vaccari Neto para secretário de Finanças. Vaccari é acusado pelo Ministério Público de São Paulo de ter desviado dinheiro da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) para campanhas do PT. Ele nega a denúncia, mas o constrangimento foi criado. O comando do PT agiu rápido para evitar estragos na campanha, anunciando que o tesoureiro do comitê será outro. Mas até agora vários empresários sondados recusaram o convite.